Então, tá, moçada, chegamos a 50 programas! E justo no fim de semana em que completamos também um ano no ar - em 19 de setembro do ano passado, COMPANHIA MAGNÉTICA foi ao ar pela primeira vez na FM CULTURA. Neste sábado, 22h, na 'Rádio Pública dos Gaúchos' - 107.7 no dial ou www.fmcultura.com.br -, tem dois especiais, um dos lançamentos mais bacanas do ano e várias presenças femininas de respeito. Enjoy!
1º bloco:
MOUNTAIN MAN – Soft Skin
Trio feminino americano de Vermont, formado pelas estudantes de artes Molly Erin Sarle, Alexandra Sauser-Monning e Amelia Randall Meath, formado no final dos anos 2000. Tem apenas um álbum, ‘Made The Harbor’, lançado em junho, em que as três dividem as composições, bastante influenciadas pela tradição folk americana, tanto em termos de melodia quanto de imagens. Algumas canções, inclusive, são interpretadas à capela.
VIVIAN GIRLS – Tension
Outro trio feminino americano, cultuado, este é do novaiorquino do Brooklyn, mas de proposta sonora bem diferente: fazem um pop lo-fi garageiro com referências que vão de Raincoats a Black Tambourine. Começaram a chamar atenção em 2008, com seus primeiros singles, lançados por pequenos selos independentes. O álbum de estreia, homônimo, veio no mesmo ano de 2008, e o seguindo e até agora último, ‘Everything Goes Wrong’, em setembro do ano passado. A formação do grupo teve uma alteração recente: a baterista Ali Koehler saiu para tocar com o Beach House e foi substituída por Fioan Campbell. As outras duas integrantes são as mesmas: Cassie Ramone (guitarra e vocais) e Kathy Goodman, também conhecida por Kickball Kathy, baixista e também vocalista. As duas têm projetos paralelos: a primeira toca num grupo chamado The Babies, já com dois singles na praça, com o baixista dos Woods, e a segunda tem um projeto-solo chamado La Sera, cujo disco sai em novembro, e outro, All Saintes Day, com um dos músicos da Cat Power.
HOPE SANDOVAL & THE WARM INVENTIONS – Wild Roses
Gatona de voz doce e melancólica, filha de americanos e mexicanos, cresceu em East Los Angeles, fez fama no mundo do rock alternativo com vocalista do Mazzy Star, um dos pioneiros do som slowcore dos anos 1990, tem 44 anos de idade, e muita história pra contar: pencas de colaborações com gente bacana – Chemical Brothers, Death In Vegas, Massive Attack, Air – e um namoro com William Reid, do Jesus And Mary Chain, banda com a qual também gravou. Formou o Hope Sandoval & The Warm Inventions ainda em 2000, já que o MS encontra-se em standby desde 1997, com o baterista Colm Ociosoig, ex-My Bloody Valentine, lançando no mesmo o E.P. ‘At The Doorway Again’, e no ano seguinte o álbum ‘Bavarian Fruit Bread’. O segundo disco só veio no ano passado, ‘Through The Devil Softly’.
2º bloco: MODEST MOUSE – ‘The Moon In Antarctica’ (2000)
Completando dez anos de lançamento um dos discos mais importantes de uma das melhores bandas americanas dos últimos quinze anos, o Modest Mouse de Isaac Brock, um dos vocalistas e compositores mais peculiares que há no mercado há tempos. ‘The Moon & Antarctica’ é o terceiro álbum de carreira do MM, lançado em junho de 2000, o primeiro por uma grande gravadora – a Epic Records –, e junto com o anterior, ‘Lonesome Crowded West’ (1997), o melhor de sua discografia. Se o anterior tinha a aspereza característica do início dos primeiros trabalhos do grupo, ‘The Moon ...’ já se caracteriza por uma placidez, climas acústicos, um certo suíngue herdado dos Talking Heads, além de instrumentos antes pouco comuns ao som dos caras – que ate´então eram basicamente uma guitar band –, como piano, cellos. Mas o estranhamento continua intacto.
‘The Moon & Antarctica’ já havia sido relançado em 2004, com quatro faixas-bônus – gravações da banda para a BBC –, e este ano ganhou versão em vinil duplo em abril, e nova edição em CD em agosto, mas sem novidades. À época de seu lançamento, o disco chegou a ser comparado a ‘Ok Computer’, o antológico álbum do Radiohead.
O Modest Mouse ainda era um trio naquela época, composto por Brock (guitarra e vocais), Jeremiah Green (bateria) e Eric Judy (baixo). Depois, sua formação foi inchando até chegar ao quinteto atual – acrescido por um terceiro guitarrista, Jim Fairchild, nas apresentações ao vivo. Johnny Marr, ex-Smith, participou do último álbum, ‘We Were Dead Before the Ship Even Sank’ (2007) e tocou com o grupo até o ano passado, quando decidiu juntar aos ingleses The Cribbs. Os outros integrantes são Joe Plummer, baterista, e Tom Peloso, guitarrista e baixista.
3rd Planet
Gravity Rides Everything
Dark Center of the Universe
Tiny Cities Made Of Ashes
Paper Thin Walls
3º bloco: BIRTHDAY PARTY – ‘Junkyard’ (1982)
Mítica, seminal, sombria e barulhenta banda australiana de Melbourne, formada em 1976, responsável por apresentar ao mundo o carismático cantor e excelente compositor Nick Cave, que a partir de 1983 tornou-se, com o auxílio dos seus Bad Seeds, uma das personalidades mais marcantes do pós-punk. As histórias de culpa sem direito a redenção, violência, perversidade, religião, amor e morte de Cave fizeram dele um clássico moderno, e esse talento narrativo ele levaria depois para a literatura e até para o cinema.
Nicholas Edward Cave nasceu em 22 de setembro de 1957 – completa 53 anos na próxima quarta-feira, portanto – em Wangaratta, no estado de Victoria, na Austrália, e criou-se em um ambiente familiar propício para o desenvolvimento artístico: se pai, professor, era apaixonado por literatura, sua mãe, bibliotecária, e o avô, radialista e produtor de documentários. Cantou em coros de colégio, mas rebelou-se contra as autoridades dos colégios pelos quais passou, e mais tarde praticaria alguns atos de delinquência bem no momento em que seu pai morria de acidente de carro, o que causaria impacto profundo e duradouro em sua já atormentada existência. Estudou arte por pouco tempo, largando a universidade para dedicar-se à carreira musical. Sua primeira banda, The Boys Next Door, formada em 1973, tinha, além dos seus vocais, a guitarra de Mick Harvey – seu escudeiro até hoje –, e a bateria de Phill Calvert, ambos colegas de escola. O baixista Tracey Pew entraria em 1975, último ano escolar dos caras no colégio, e o guitarrista Rowland S. Howard, em 1978. Esta seria a formação clássica do Birthday Party, nome adotado pelos caras quando da mudança para Londres, para onde mudaram-se em 1980, e inspirado no título de uma peça do dramaturgo inglês Harold Pinter.
Cave sempre foi a figura mais marcante do grupo, mas foi com a entrada de Howard que o som do Birthday Party tomou forma definitiva: se antes os caras soavam como uma banda típica da new wave com referências do proto-punk dos Stooges e dos conterrâneos The Saints e Radio Birdman, com a adição de Howard o som do BP, além de tornar-se ainda mais agressivo e ruidoso, passou a incluir elementos do free jazz, do rockabilly e mergulhou ainda mais fundo na influência do blues – também uma referência decisiva para Nick Cave. E o múlti-instrumentista, arranjador e produtor Mick Harvey (Michael John Harvey, nascido em 29 de setembro de 1958), que depois acompanharia Nick Cave nos Bad Seeds, gravaria trilhas sonoras e participaria de outra banda, o Crime + The City Solution, contibuía com sua guitarra concisa para o som minimal do grupo – a dramaticidade e sofisticação dos Bad Seeds também devem muito a ele.
O Birthday Party lançou três álbuns – ‘The Birthday Party’ (1980, então creditado ainda a The Boys Next Door), ‘Prayers On Fire ‘ (1981) e ‘Junkyard’ (1982) –, e vários singles e E.P.s. O derradeiro disco, ‘Junkyard’, trouxe alterações significativas na formação do grupo: o baterista Calvert foi chutado pelos companheiros de banda por que os caras acharam que ele não era capaz de tocar satisfatoriamente o ritmo frenético de ‘Dead Joe’, sendo substituído nas gravações por Harvey. Tracy Pew, o baixista, foi preso por dirigir alcolizado, vindo a passar três meses na cadeia, sendo substituído pelo ex-Magazine Barry Adamson – outro que tocaria nos Bad Seeds de Nick Cave depois. Mas outros problemas já ameaçavam a continuidade dos trabalhos: as diferenças entre Howard e Cave tornavam-se cada vez mais evidentes, e o abuso de drogas tmabém já cobravam a conta. A banda, com mais mudanças na formação – o alemão Blixa Bargeld, líder do Einstürzende Neubauten e mais um a integrar os Bad Seeds na sequência, tocou guitarra na última turnê – resistiria pouco.
Em 1983, anunciou sua dissolução. Mas o estrago já tava feito: a influência do blues gótico e noisy do Birthday Party permaneceria como referência para inúmeras bandas de variados estilos: My Bloody Valentine, LCD Sound System, Dinosaur Jr., 16 Horsepower, Cocteau Twins, Gogol Bordello, Jesus And Mary Chain, Deerhunter ... todos assumem com orgulho a influencia de Cave, Howard, Harvey e companhia.
Blast Off
She’s Hit
Dead Joe
Kiss Me Black
Release the Bats
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Parabéns à Companhia Magnética por estar no ar há um ano. Sucesso com o programa!
ResponderExcluirQuero aproveitar e lhe convidar para ler “Milton Hatoum” no meu http://jefhcardoso.blogspot.com
Será um prazer lhe receber.
“Para o legítimo sonhador não há sonho frustrado, mas sim sonho em curso” (Jefhcardoso)
Alô José:
ResponderExcluirJá que o anunciado post sobre a história da rádio Unisinos não veio, eu furtei-lhe a ideia de levinho e estou contando minha passagem por aquela emissora lá na Ilha de Concreto (http://ilhadeconcreto.wordpress.com). Apareça. Final do ano tou indo pro sul. Espero revê-lo, irmão. Abração
Não da pra disponibilizar on line os programas gravados?
ResponderExcluirIt's always nice when you can not only be informed, but also get knowledge, from these type of blog, nice entry. Thanks
ResponderExcluirCCTV Karachi
Só música boa, heim?
ResponderExcluirAdorei o blog!