sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

COMPANHIA MAGNÉTICA NO RÁDIO (19)

Neste sábado, 30, às 22h, na FM CULTURA (107.7 no dial ou www.fmcultura.com.br na rede), tem um monte de coisa legal do ano de 2009, uma instituição do hardore americano e uma banda bacana dos 1990.

Mas atenção: vai te ligando que no mês de fevereiro CM faz a sua primeira retrospectiva, com os melhores do ano que passou - pelo menos entre os que pasaram por aqui. São quatro programas, mais de 40 músicas. Não dá pra perder, não marca!

Abaixo, o playlist deste sábado. Enjoy!

1º bloco:
ST. VINCENT – Actor Out of Work


Projeto da americana Annie Clark, texana de Dallas, que antes de assumir esta curiosa alcunha e lançar-se em carreira-solo, participou da famosa orquestra de 100 guitarras do compositor de vanguarda Glenn Branca (professor de Thurston Moore e Lee Ranaldo, do Sonic Youth), foi guitarrista e backing vocalista do combo psicodélico Polyphonic Spree e integrante da banda de apoio do Sufjan Stevens. Tem dois elogiados álbuns, sendo o mais recente deles, ‘Actorde 2009, em que mixa elementos da electronic, do jazz, do rock e até da música clássica, e pela primeira vez é um trabalho de banda – já que no disco de estreia, ‘Marry Me’ (2007), tocava praticamente todos os instrumentos.

BAT FOR LASHES – Daniel

Também projeto de uma cantora e compositora – no caso, a londrina filha de paquistanês Natasha Khan, que antes de se dedicar à música trabalhava com artes visuais, fazendo instalações múlti-mídia. Começou em 2006, lançando um single por um pequeno selo fundado por ela mesma, She Bear, e no mesmo ano já saía o disco de estreia, o elogiado ‘Fur and Gold’. O segundo álbum só sairia no ano passado: a aclamado ‘Two Suns’, que tá sendo lançado no Brasil é um disco conceitual, todo centrado nos desejos, prazeres e desilusões amorosas da personagem Pearl, claro alter ego de Natasha. O Bat For Lashes tá escalado pra abrir os shows do Coldplay no Rio, no final de fevereiro, e em São Paulo, no começo de março.

CURVE – Horror Head

Banda londrina importante no começo dos anos 1990, mixava guitarras saturadas, vocais sussurrados, batidas eletrônicas e experimentalismos, com referências que iam do Roxy Music aos góticos, além da cena shoegazer em voga então na cena pop britânica. Lançaram três elogiados E.P.’s no ano de 1991, depois reunidos na coletânea ‘Pubic Fruit’, e dois álbuns de carreira, ‘Doppelgänger’ (1992) e ‘Cuckoo’ (1993), decidindo encerrar as atividades em 1994 num momento em que seu trabalho chamava menos atenção que de óbvias crias suas, como o Garbage. Acabaram voltando três anos depois, soltaram mais três discos – um deles disponível só na internet – e resolveram parar de novo em 2005. O mais curioso em relação à dupla Toni Halliday (vocalista) e Dean Garcia (guitarra, programação eletrônica e baixo) é como os dois se conheceram: através de Dave Stewart, o múlti-intrumentista dos Eurythmics, o que acabou ocasionando uma pegação de pé gratuita de parte da imprensa musical britânica em Toni: os caras a atacavam dizendo que ela não era integrante genuína da cena indie inglesa.

2º bloco:
VOLCANO CHOIR – Island, Is


Projeto de um cidadão americano de Wisconsis chamado Justin Vernon formado em 2005 com uma queda para o pós-rock. Tem apenas um álbum, gravado em 2008 e lançado no ano passado, chamado ‘Unmap’, em que Vernon tem a companhia de músicos de uma banda amiga, Collectives of Colonies of Bees. A boa repercussão do álbum de estreia do VC em parte deve-se ao sucesso de outro de seus trabalhos, o Bon Iver.

BON IVER – Blood Bank
Este, por sua vez, vai de folk, com influência de ícones do gênero na seara alternativa, como Iron & Wine e Bonnie ‘Prince’ Billy, mas com toques sinfônicos. O Bon Iver, que tirou seu nome da expressão “bom inverno”, em francês, tem apenas um álbum, que chamou muita atenção não só dos críticos e do povo indie, mas também de um público mais mainstream, ‘For Emma, Foreve Go’, lançado em 2008. No ano passado, saiu o E.P.Blood Bank’.

WHITE DENIM – Say What You Want

Texanos de Autin, mesma terra dos Butthole Surfers, é um trio formado por veteranos da cena rock da cidade, que faz uma música de difícil classificação: vão da psicodelia ao punk-funk, um som experimental e ao mesmo tempo fácil de agradar a um público mais roqueiro. A estreia deu-se no elogiado E.P. ‘Let’s Talk About It’, lançado em 2008 via iTunes. O primeiro álbum, ‘Fits’, saiu em outubro do ano passado.

PONTIAK – Wax Worship

Banda psicodélica, nascida na Virginia e relocada para Baltimore. É também um trio, este formado por irmãos, os Carney: Van (vocal, guitarra), Jennings (baixo, órgão e vocais) e Lain (bateria e vocais), que antes tocavam separadamente em várias bandas até decidirem unir forças. Excursionam pela América com extrema frequência, e é entre ensaios e shows – muitas vezes varando as madrugadas – que os caras aproveitam pra compor. Gravam Thrill Jockey, de Chicago, normalmente associada ao pós-rock. Têm dois discos, ‘Sun on Sun’ (2008) e ‘Maker’ (2009). Pra fãs de som espacial e barulhento, com referências que vão do acid rock sessentista ao pessoal Stoner dos anos 1990, da psicodelia do Pink Floyd da era Syd Barrett à barulheira viajandona do Hawkwind.

3º bloco: MINOR THREAT – ‘Out of Step’ (1984)/ ‘Complete Discography’ (1988)

Banda americana dos anos 1980 que pode se gabar de ter criado um estilo – se não musical, pelo menos de vida (o que, aliás, nesse meio é até mais difícil, e esse, então, quase inédito): o straight edge. Eram punks de cara limpa, com ideologia radical que recusava álcool e drogas, e tinha postura ferrenhamente anti-stablishment – tanto é que seu líder, Ian McKaye, sempre recusou propostas de grandes gravadoras, e um dos motivos pro grupo acabar, acredite se quiser, foi que o sucesso, que aos poucos foi surgindo, tornando o grupo um dos mais populares do underground americano, passou a incomodar os caras.

O Minor Threat foi também, ao lado dos Bad Brains, a grande banda do hardcore americano a surgir de Washington DC, mas ao contrário dos Brains, que entre idas e vindas, seguem na ativa até hoje, durou apenas três anos, entre 1980 e 1983 – quando o único disco de carreira, ‘Out of Step’, saiu em 1984, o grupo já não existia mais. As músicas do grupo eram curtíssimas, algumas não chegando a um minuto, o som, bastante agressivo – as letras eram puro confronto –, deixava transparecer boas melodias, e já começavam a aparecer certas veleidades artísticas – mudanças de tempo, andamento não-linear, ritmos quebrados – que, mais tarde, fariam a fama do Fugazi, banda posterior de McKaye.

As origens do grupo remontam ao Teen Idles, banda original de McKaye ainda nos tempos de colégio, que contava ainda com o futuro baterista do MN, Jeff Nelson. Os outros integrantes do MN era o guitarrista Lyle Presler e o baixista de um grupo chamado Government Issue, Brain Baker – mais tarde substituído por Steve Hansen. O grupo registrou, além do álbum, dois E.P.’s e vários singles, tudo reunido depois na antologia ‘Complete Discography’, de 1988, sempre pela Dischord Records, fundada por eles mesmos. É basicamente o negócio de Nelson, hoje, que tocou em bandas como Egghunt, Three e Senator Flux, e MacKaye, que fundou o Fugazi em 1987 – mas este encontra-se ‘de férias’ desde 2002 – e ainda tocou em grupos como Embrace e Pailhead.

Straight Edge
Minor Threat
In My Eyes
Betray
Sob Story
Out of Step
Cashing In



O único álbum ...


... e a compilação que reúne todo o material da banda


O Minor Threat no palco: desconforto com o sucesso teria vitimado a banda

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