sexta-feira, 9 de abril de 2010

COMPANHIA MAGNÉTICA NO RÁDIO (29)

Pára tudo! Pára tudo! O tradicional bloquinho retrô do programa deste sábado, dia 10, às 22h na FM CULTURA (107.7 ou www.fmcultura.com.br) seria com os australianos do Radio Birdman, conforme prometido já há duas semanas, mas surpreendido com a notícia - divulgada mais nos cartazes colados nos muros da cidade do que nos jornais (nada!) e rádios (não ouvi) - da primeira vinda à América latina de uma das mais longevas (está na estrada desde 1978) e brilhantes carreiras do punk californiano da virada dos anos 1970 para os 80, o Social Distortion de Mike Ness, CM mudou a configuração do seu último bloco. O SD toca na próxima quinta-feira em POA e em agosto será um dos headliners do Lollapaloza deste ano. Então, abre-se o espaço pra Ness e cia. - e também pra outras seis atrações da edição deste ano de um dos mais importantes festivais alternativos do planeta. Enjoy!

1º bloco:

THE BLACK KEYS – I Got Mine


Banda americana de Akron, Ohio, muito comparada aos White Stripes por conta de algumas similaridades: também são um duo de guitarra e bateria, também têm o blues e o rock de raíz como suas principais referências, e ainda há a referência às cores nos nomes. Dan Auerbach, guitarra e voz, e Patrick Carney, bateria, fundaram a firma em 2001 e no ano seguinte já saía o álbum de estreia, o aclamado ‘The Big Come Up’. O disco seguinte, ‘Thickfreakness’, já lançado pela Fat Possum, conhecida gravadora independente, foi gravado em uma única sessaão de gravações de 14 horas. ‘Rubber Factory’ (2004) e ‘Magic Potion’ (2006) mantiveram o prestígio do BK em alta, e ‘Attack & Release’ (2008), por enquanto o último álbum do grupo, teve produção do mago Danger Mouse. Este ano deve sair um disco do duo em parceria com o produtor Damon Dash, um mix de rock e rap chamado ‘Blackroc’.

THE CRIBS – Ignore the Ignorants

Grupo inglês de Yorkshire na ativa desde 2003 que tem a particuliaridade de ser formado por três irmãos, Ryan (vocal, guitarra), Gary (baixo, voz) e Ross Jarman (bateria). O curioso é que o trio fez sua “estreia” numa festinha familiar nos anos 1980 quando os gêmeos Gary e Ryan tinham 9 anos de idade e o caçula Ross, apenas cinco. Mas hoje o principal chamariz da banda é seu quarto integrante: ninguém menos que o lendário guitarrista dos Smiths, Johnny Marr, que conheceu Gary em 2007, fã confesso do grupo. Um ano depois, Johnny oficialmente se juntaria ao grupo, que tem quatro discos lançados, sendo que o segundo, ‘The New Fellas’ (2005), teve produção de Edwyn Collins, e o seguinte, ‘Men’s Needs, Womens Needs, Whatever’ (2007), de Alex Kapranos (Franz Ferdinand). O mais recente é ‘Ignore the Ignorants’, lançado no final do ano passado.

THE DODOS – Fables

Grupo americano, este californiano de San Francisco, é um projeto do múlti-instrumentista Meric Long, um cara vivamente interessado em música africana, country e blues, que no começo, em 2006, chamava-se Dodobird. Com a chegada de Logan Kroeber e seu gosto por sons experimentais e metal progressivo (!), o que era peculiar ficou mais ainda. Os caras têm três álbuns, sendo que no mais recente – e também mais acessível –, ‘Time to Die’, do ano passado, já viraram um trio, com a entrada do vibrafonista Keaton Snyder.

2º bloco:

METRIC – Sick Muse


Banda formada em 1998 em Toronto, no Canadá, mas que já andou fixando-se em Los Angeles, no Brooklyn (Nova Iorque), em Londres e Montreal, e que trafega por várias vertentes do pop e da música eletrônica. Surgiu a partir do encontro da vocalista e tecladista Emily Haines e o guitarristas James Shaw, em Toronto: ela, nascida em Nova Délhi, na Índia, filha do poeta Paul Haines, era estudante de artes, e ele, inglês de nascimento mas criado no Canadá, ex-aluno da novaiorquina Juliard School of Music, rapidamente descobriram afinidades musicais, e já lançaram o primeiro E.P. em 1998 mesmo. Emily, cuja carreira musical foi incentivada pelo pai poeta (o cara compunha fitas de música eletrônica pra que a garota ouvisse), além do Metric, tem um disco–solo, além de participações no Broken Social Scene. O Metric, além dela e Shaw, tem ainda Josh Winstead no baixo e Joules Scott-Key na bateria. O álbum mais recente, o quarto na carreira do grupo é ‘Fantasies’, do ano passado.

MATT & KIM – Daylight

Mais um duo, mais um grupo novaiorquino do Brooklyn, cujos integrantes são ex-alunos de arte. O tecladista Matt Johnson e a baterista Kim Schiffino mantém a parceria musical desde 2004, quando ainda eram colegas do Pratt Institute. O primeiro disco, que leva apenas o nome da dupla, saiu dois anos depois, e rendeu participações em festivais (como o Lollapalooza e o Siren Music Festival), transformando-se em uma das sensações do universo indie americano dos últimos anos. O duo, que divide os vocais em todas as canções, lançou seu segundo álbum, ‘Grand’, no começo do ano passado, chegando até a figurar no Top 200 da revista Billboard, com suas canções pop esquisitas.

YEASAYER – Madder Red

Outro grupo novaiorquino (adivinha!) do Brooklyn, de onde tem saído as bandas mais quentes dos últimos anos (TV On The Radio, Yeah Yeah Yeahs, The Walkmen, The Antlers, Grizzly Bear, Dirty Projectors, MGMT ...). Os cabeças da empresa são Chris Keating (vocalista e tecladista) e Anand Wilder (vocalista e guitarrista), que cresceram juntos em Baltimore, onde já haviam tocado juntos em uma banda de colégio. O disco de estreia da banda, que inclui ainda o irmão de Wilder, Ira, no baixo, e o baterista Luke Fasano, ‘All Hour Cymbals’, causou sensação quando lançado, há três anos, e o mais recente, ‘Odd Blood’, lançado há dois meses, mostra uma mudança significativa no som do grupo, mais orientado para as pistas de dança. Ao vivo, o Yeasayer mixa instrumentação, digamos “orgânica”, e bases pré-gravadas.

3º bloco:

SOCIAL DISTORTION – ‘Greatest Hits (*)’ (2007)


Patrimônio do rock americano, na ativa há 32 anos, um dos últimos remanescentes da sensacional cena punk original de Los Angeles – que incluía os Germs, o X, o Black Flag, Circle Jerks, The Adolescents, The Dickies e Minutemen –, e que estará entre nós na próxima quinta-feira, dentro da primeira turnê sul-americana de sua longa existência: o Social Distortion do figuraça Mike Ness, a banda que deu fama ao termo “cowpunk” – a mistura de punk rock e country music (e outros ritmos americanos de raíz, como o blues e o folk).

O Social Distortion (ou ‘Social D’, para os íntimos) é a obra da vida de Michael James Ness, americano de Stoneham, Massachusetts, nascido em 3 de abril de 1962 logo depois de ter sido expulso de casa pelos pais com apenas 15 anos de idade – o SD foi formado em 1978. A partir daí, daria início a uma errática trajetória pessoal que incluiria incontáveis internações em clínicas de desintoxicação pra tratar do vício em heroína e também algumas prisões, o que acabou resultando em alguns hiatos na carreira do grupo e também no fato de a banda ter lançado apenas sete discos (seis de estúdio e um ao vivo) nestas mais de três décadas de significativa existência – Ness tem ainda dois álbus-solo, o que é quase uma extravagância, se considerarmos que o SD é, basicamente, ele, pois das inúmeras formações que o grupo já teve, o único membro contante é ele mesmo.

Outros integrantes, contudo, fizeram história no grupo, como o guitarrista e baixista (ele e Ness trocavam constantemente de instrumentos) Dennis Danell, integrante original junto com Ness, seu colega de high school a quem o cantor convenceu a se juntar ao SD mesmo sem jamais Ter encostado eum instrumento na vida. Um ano mais velho que Ness, Danell morreu há dez anos, vítima de um aneurisma cerebral. Já Charlie ‘Chalo’ Quintana saiu ano passado, após dez anos sentando na bateria, saiu há exatamente um ano, pra dedicar-se a projetos pessoais, deixando uma mensagem emocionada no site do grupo. A atual formação do Social Distortion tem, além de Mike Ness (vocais e guitarra), o também guitarrista Jonny Wickersham, o baixista Brent Harding e o baterista Scott Reeder. O último disco da banda é ‘Sex, Love and Rock’n’Roll’, de 2004, mas um novo álbum deve sair ainda este ano, produzido pelos próprios caras e, segundo Ness, vai ter aquele som bem típico dos caras: aquela combinação de punk, rockabilly e country com elementos da cena punk novaiorquina dos anos 1970 – “um pouco mais Johnny Thunders”, nas palavras do vocalista.

O Social Distortion toca na próxima quinta-feira, dia 15, com início previsto para as 9 da noite, lá na Casa do Gaúcho – ali dentro do Parque Harmonia –, e os ingressos estão sendo vendidos nas lojas Trópico (Iguatemi, Shopping Total, Barra Shopping, Bourbon Ipiranga, Praia de Belas e Moinhos de Vento), com preços promocionais no primeiro lote. É a primeira turnê sul-americana da história do grupo, que, além de Porto Alegre, toca ainda em São Paulo, Curitiba e Buenos Aires – na capital dos hermanos, inclusive, os caras fazem uma série de três shows em dias consecutivos, neste fim-de-semana (sexta, sábado e domingo), enquanto que no Brasil o SD toca apenas uma vez em cada cidade. Ness diz que a quantidade absurda e comovente de e-mails que a banda recebe de fãs sul-americanos é a principal responsável pela vinda do grupo.

Mommy’s Little Monster

Prison Bound

Story of My Life

Bad Luck


(*) com faixas dos quatro primeiros álbuns, ‘Mommy’s Little Monster’ (1983), 'Prison Bound’ (1988), ‘Social Distortion’ (1990) e ‘Somewhere Between Heaven and Hell’ (1992). Mike Ness refere-se ironicamente a esta coletânea como “o que tecnicamente significa ‘bom para o rádio’. A gente na verdade deveria lançar outra com as favoritas da banda”.


A formação atual do Social D, que toca quinta em Porto Alegre ...


... Mike Ness, o eterno outlaw ...


... e o famoso logo da caveirinha

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