quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Versinhos bacanas (25) - Purple Haze (Jimi Hendrix)

“Purple haze all in my brain
Lately things just dont seem the same
Actin funny, but I dont know why
scuse me while I kiss the sky
Purple haze all around
Dont know if Im comin up or down
Am I happy or in misery?
What ever it is, that girl put a spell on me
Help me
Help me
Oh, no, no
Hammerin
Talkin bout heart n...s-soul
Im talkin about hard stuff
If everbodys still around, fluff and ease, if
So far out my mind
Somethings happening, somethings happening
Ooo, ahhh
Ooo, ahhh,
Ooo, ahhh
Ooo, ahhh, yeah!
Purple haze all in my eyes, uhh
Dont know if its day or night
You got me blowin, blowin my mind
Is it tomorrow, or just the end of time?
Ooo
Help me
Ahh, yea-yeah, purple haze, yeah
Oh, no, oh
Oh, help me
Purple haze, tell me, baby, tell me
I cant go on like this
Purple haze
Youre makin me blow my mind...mama
Purple haze, n-no, nooo
Purple haze, no, its painful, baby


(JIMI HENDRIX tinha 23 anos e passagens pelas bandas de apoio de Little Richard, King Curtis e Isley Brothers quando começou a revolucionar a música popular em março de 1967. Seu segundo single – entre ‘Hey Joe’, lançado em 1966, e ‘The Wind Cries Mary’, também de 1967 –, ‘Purple Haze’, talvez sua canção mais conhecida, abriga também um dos riffs mais lembrados da história. O uso do instrumento arquetípico do rock passaria a mudar depois dele: microfonia, agora, é forma de arte, e virtuosismo não necessariamente é sinônimo de chatice, pretensão e auto-indulgência. A naturalidade com que o norte-americano virava do avesso o instrumento e tirava sons impossíveis, fazendo o feedback funcionar a favor e não contra, o tornaram um marco na história e uma referência para seus pares. Incômoda, inclusive: Eric Clapton, chamado de Deus pelos fãs que pichavam os muros da fervilhante swingin’ London, disse que chegou a pensar na possibilidade de se aposentar depois de ver/ouvir o bruxo em ação.
A letra da música, por sua vez, faz claríssima alusão ao LSD: a “névoa púrpura”, que faz os acontecimentos recentes não parecerem mais os mesmos e confundem a percepção, foi inspirada em um sonho de Hendrix, em que se via caminhando embaixo d’água, sendo salvo por sua fé em Jesus – a canção originalmente tinha o título de ‘Purple Haze, Jesus Saves’. Termina pedindo licença para beijar o céu, em um dos versos igualmente mais conhecidos de todos os tempos e típico da era psicodélica.
‘Purple Haze’ conta com o apoio da melhor de suas bandas, o Experience, arregimentado pelo produtor Chas Chandler, ex-baixista dos Animals: o baixista Noel Redding e o sensacional Mitch Mitchel – que rivaliza com John Bonham e Keith Moon como o maior do instrumento –, ingleses, ambos já falecidos. Mas é a fúria, o veneno e o suíngue de Hendrix que saltam aos ouvidos, mixando peso, melodia, groove e ruído na dose certa. Sua música, definida por ele como “freaky and funky”, influenciou desde o funk rock de Sly and the Family Stone – com quem faria uma jam no dia em que morreu –, ao soul psicodélico de George Clinton e seu P-Funk ao caldeirão multirreferencial de Prince, passando pela anarquia dos Red Hot Chilli Peppers dos primeiros anos.
Ao vivo, então, o magnetismo do guitarrista americano, que atravessou o Atlântico para lançar-se ao estrelato em terras britânicas, chegava ao auge da forma, com suas performances literalmente incendiárias – é só conferir no documentário sobre Woodstock recém relançado e no álbum duplo contendo a íntegra da mesma lendária apresentação.
Uma pena que tenha morrido aos 27 anos, em setembro de 1970: seu talento superior de músico, compositor, arranjador e, principalmente, de experimentador maluco, que, em apenas quatro anos, o fez um dos – no máximo – cinco maiores criadores da história do rock e o Pelé dos guitarristas, nos leva a imaginar quantas galáxias mais visitaria.)

Hendrix em ação: como Michael Jordan, Sinatra, ‘Cidadão Kane’ ou Shakespeare, o bruxo não tem concorrência

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