Deep Throat: 'No, heh, but it's touching. Forget the myths the media's created about the White House. The truth is, these are not very bright guys, and things got out of hand.'
Bob Woodward: 'Hunt's come in from the cold. Supposedly he's got a lawyer with $25,000 in a brown paper bag.'
Deep Throat: 'Follow the money.'
Bob Woodward: 'What do you mean? Where?'
Deep Throat: 'Oh, I can't tell you that.'
Bob Woodward: 'But you could tell me that.'
Deep Throat: 'No, I have to do this my way. You tell me what you know, and I'll confirm. I'll keep you in the right direction if I can, but that's all. Just... follow the money.'
(Um dos melhores thrillers dos anos 1970, ‘Todos os Homens do Presidente’, dirigido pelo experimentado Alan J. Pakula – ‘A Trama’, ‘Klute – Seu Passado o Condena’ – é a transposição, evidentemente mui resumida, para as telas do best-seller homônimo da dupla de jornalistas do Washington Post Bob Woodward e Carl Bernstein, que detalha as investigações a partir da invasão dos escritórios democratas em um prédio de Washington D.C. chamado de Watergate, em 1972, que vai revelar um rumoroso caso de espionagem política e culminará com a renúncia de Richard ‘Tricky Dick’ Nixon.
O diálogo acima, entre WOODWARD/ROBERT REDFORD e o misterioso GARGANTA PROFUNDA/HAL HOLBROOK, talvez seja o mais elucidativo da trama, quando a fonte insiste para que o repórter siga a trilha do dinheiro, em boa parte oriundo de doações ilegais de campanha. O presidente Nixon, então no auge da popularidade – recém reeleito com ampla maioria de votos, ainda podia se gabar de ter melhorado as relações dos EUA com as vermelhas China e União Soviética –, é pego no contrapé quando a inquieta dupla de repórteres passa a desconfiar que há algo mais por trás da estranha invasão dos escritórios. E havia mesmo: no decorrer da investigação, vieram à tona as contribuições ilegais à campanha de reeleição de Nixon e o uso do FBI e outras agências governamentais pelos republicanos com fins políticos – os planos iam desde atrapalhar a campanha democrata a implicar o partido adversário em supostas atividades criminais. Em princípio, Woodward e Bernstein – Dustin Hoffman, já despontando como um dos grandes atores da América –, enfrentaram ameaças fora e restrições dentro do jornal, mas contaram com o apoio decisivo do editor-executivo, Ben Bradlee – Jason Robards Jr. –, que mandou-os seguir em frente.
A identidade do Garganta Profunda – cuja alcunha, obviamente, vem do famoso filme pornô com Linda Lovelace, também de 1972 – só seria revelada anos mais tarde, por ele mesmo: Mark Felts, vice-presidente do FBI, contrariado por ter sido preterido ao posto máximo do bureau – chegou ao cargo de Diretor Associado, o segundo na hierarquia –, só admitiria ser o informante da dupla de repórteres em 2005, três anos antes de sua morte, aos 95 anos de idade.
Além da competente direção de Pakula e da carismática dupla principal, ‘Todos os Homens do Presidente’ beneficia-se da feliz escolha do elenco de apoio – Martin Balsam, Jack Warden, Jane Alexander, Ned Beatty – e do sempre ótimo trabalho de câmera de Gordon Willis, e ainda foi lançado justamente no simbólico ano do bicentenário americano, 1976, que levou os democratas de novo ao poder, com a eleição de Jimmy Carter. Um ano depois, Nixon concederia ao apresntador de TV David Frost a histórica entrevista em que admitiria finalmente ter traído o povo americano – por sua vez, tema do filme de Ron Howard recém lançado nas locadoras, um dos melhores exibidos no Brasil esse ano.
Pakula, produtor do tocante ‘O Sol é Para Todos’ e realizador do amargo ‘A Escolha de Sofia’, nasceu em abril de 1928 em Nova Iorque, vindo a falecer em um acidente automobilístico, em 1998, numa via expressa de sua cidade natal.)

Nenhum comentário:
Postar um comentário