sexta-feira, 11 de junho de 2010

COMPANHIA MAGNÉTICA NO RÁDIO (38)

Tá aí o playlist do programa deste sábado, 12, na FM CULTURA (107.7 no dial ou www.fmcultura.com.br na rede), às 22h. E dá-lhe anos 70! Enjoy ('engaged' or 'single')!

1º bloco:

JÓNSI - Go Do

Alcunha do islandês Jon Thor Birgisson, durante 16 anos vocalista do atmosférico, viajandão e cult Sigur Sós, baluarte do pós-rock dos anos 1990 e 2000. ‘Go’, deste ano, é seu primeiro álbum-solo – antes, no ano passado, havia lançado um outro projeto fora do Sigur, ‘Riceboy Sleeps’, do projeto Jónsi & Alex, em parceria com Alex Somers – que também participa de ‘Go’, assim como Samuli Kosminen e o arranjador e compositor Nico Muhli.

ESPERS – That Wich Darkly Thrives
Trio americano da Filadélfia, já está no seu terceiro álbum – ‘Espers III’ foi lançado em 2009 – e o som é um mix de Velvet Underground, Love, Byrds ... psicodelia californiana sessentista, folk britânico, ruído. Nos discos, ao cantor e compositor Greg Weeks e suas parceiras Meg Baird e Brooke Sietinsons juntam-se diversos colaboradores.

THE POLYPHONIC SPREE – Soldier Girl
Outro projeto psicodélico – este, de Dallas Texas –, no caso, um combo gigantesco liderado pelo maluco-beleza Tim DeLaughter, que antes era frontman da banda garageira Tripping Daisy, que enceroou suas atividades em 1999 com a morte por overdose do guitarrista Wes Berggren. Um ano depois, Tim recolheu seus colegas de TD e mais uma galera e fundou o Polyphonic Spree, que faz um som pop psicodélico e sinfônico, com referências a Beach Boys e Flaming Lips e chega a Ter mais de 20 integrantes no palco. O PS tem cinco álbuns, o primeiro deles sendo ‘The Beginning Stages of ...’, de 2002, e o mais recente o ao vivo ‘Live From Austin, TX’, de 2007.


2º bloco:

'FLAMING LIPS AND STARDEATH AND WHITE DWARFS WITH HENRY ROLLINS AND PEACHES doing The Dark Side of the Moon’ (2010)


Homenagem divertida do patrimônio psicodélico de Oklahoma City e convidados – a banda do sobrinho do líder dos Lips, Wayne Coyne, Dennis, mais a bagaça canadense Peaches e o ícone punk americano Henry Rollins – ao clássico do som progressivo do Pink Floyd lançado em 1973, que ficou 15 anos nas paradas e até hoje é um dos três discos mais vendidos de todos os tempos. O curioso é que os Flaming Lips sempre tiveram muito mais afinidade com o som frenético do Pink Floyd de Syd Barrett do que com a música elaborada e rococó da era Roger Waters.

De qualquer maneira, os Lips já haviam se aventurado em recriar clássicos dos anos 1970 – ‘Ballroom of Mars’, do T-Rex, ‘Baba O’Reily’, do The Who, ‘Under Pressure’, do Queen e David Bowie – e já haviam gravado com o Stardeath and White Darfs uma versão de ‘Borderline’, de Madonna, e esta versão de ‘The Dark Side of The Moon’ já havia sido apresentada na virada do ano. O Stardeath existe desde o final de 2004, tem apenas um álbum (‘The Birth’, de 2009), um single (‘Toast & Marmalade For Free’) e um E.P. homônimo (de 2005) no currículo, mas já esxcursionaram com Deerhoof, Explosions in the Sky, British Sea Power e o próprio Flaming Lips.

Time/Breathe (Reprise)
Us and Them
Brain Damage



3º bloco: SUICIDE – ‘Suicide’ (1977)/‘Suicide’ (1980)

Provavelmente a mais obscura entre todas aquelas bandas de quem se pode dizer que geraram um número absurdo de crias e nas mais variadas vertentes do pop, do rock , da música experimental e da electronica. Com 40 anos de carreira, apenas uma dezena de álbuns, muitas idas e vindas, o Suicide jamais chegou perto de ter uma canção nas paradas ou um álbum entre os mais vendidos, mas poucos grupos podem se gabar de ter influenciado tanta gente, que vai dos duos tecnopop dos anos 1980 ao pessoal do som industrial, do punk rock dos anos 1970 ao som indie dos anos 2000.

O Suicide foi formado em 1970 em Nova Iorque por Alan Vega, cantor e compositor, e Martin Rev, responsável pelos sintetizadores (inicialmente, o cara usava um velho órgão Farfisa avariado) e drum machines, e os caras logo começaram a chamar a atenção pelas suas paresentações caóticas no circuito de artes do Lower East Side da cidade. À música, agressiva e minimal, somava-se uma postura que logo seria uma das marcas registradas do Suicide: a atitude de confronto do vocalista, provocando a plateia – e muitas vezes causando mesmo um conflito generalizado. É famosa a gravação ‘23 Minutes Over Brussels’, um show (ou tentativa) em Bruxelas na Bélgica que durante 23 minutos não acontece muita coisa além de Vega e a audiência se insultarem. Consta que o Suicide foi a primeira banda da história a definir sua música como ‘Punk’, no flyer de um de seus primeiros shows, em novembro de 1970 – o termo eles recolheram de um artigo do lendário crítico Lester Bangs.

Já o nome, Suicide, veio de uma revista em quadrinhos do Motoqueiro Fantasma, ‘Satan Suicide’, que Vega adorava. ‘Ghost Rider’, aliás, o nome original do Motoqueiro, é o nome da mais clássica música da banda, que abre seu primeiro e fundamental disco, o álbum homônimo de 1977, e tem sido constantemente sampleada (‘Born Free’, mais recente e impressionante single da M.I.A., é toda baseada nela) e citada (a levada de ‘Silver Trembling Hands’, dos Flaming Lips, é claramente inspirada nela também). O segundo disco do Suicide, também homônimo, de 1980, com produção do líder dos Cars, Ric Ocasek e sensivelmente mais melódico, é outro clássico, mas a ele segue-se um período de hiato que só vai ser quebrado com a volta do grupo no final dos anos 1980, abraçado pelo selo Wax Trax e o pessoal da cena industrial (Cabaret Voltaire, Ministry, Front 242). Mas o Suicide tem admiradores famosos em outras paragens: Bruce Springsteen é fã de carteirinha, assim como o R.E.M., o Jesus & Mary Chain, Nick Cave, o pessoal do Joy Division/New Order, Soft Cell, Steve Albini, Primal Scream Spiritualise, Peaches, Henry Rollins. O álbum de carreira mais recente do duo é ‘American Supreme’, de 2002, mas os caras seguem na ativa: ano passado, tocaram o primeiro álbum inteirinho no festival All Tomorrow’s Parties, e repetitam a dose em maio deste ano em Londres, abrindo para Iggy & The Stooges, que, por sua vez, tocaram o clássico ‘Raw Power’ de cabo a rabo. Alan Vega sempre foi fã da banda de Iggy Pop, chegou a definir a música dos Stooges como “grande arte” após ver um show dos caras no começo dos anos 1970.

Ghost Rider
Rocket USA
Cheree (remix)
Diamonds, Fur Coat, Champagne
96 Tears (live at CBGB’s 1977)

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