quinta-feira, 29 de outubro de 2009

COMPANHIA MAGNÉTICA NO RÁDIO (7)

No COMPANHIA MAGNÉTICA deste sábado, 31 de outubro, no horário especial das 9 da noite na FM CULTURA (107.7 ou www.fmcultura.com.br), vamos estar apresentando o primeiro programa dedicado a uma banda só, e uma das 10 mais de sempre de CM: os góticos originais SIOUXSIE AND THE BANSHEES (pelo óbvio motivo de que sábado é dia de Halloween, é claro). Vamos rodar faixas dos cinco primeiros discos do grupo - 'The Scream' (1978), 'Join Hands' (1979), 'Kaleidoscope' (1980), 'Juju' (1981) e 'A Kiss in the Dream House' (1982) -, justamente a fase mais quente do grupo. O playlist tá aí embaixo. Enjoy!

Nosso especial de ‘Halloween’, o primeiro COMPANHIA MAGNÉTICA dedicado inteiramente a apenas um artista – no caso, uma das poucas bandas da história do rock que podem se gabar de ter inventado um estilo, o gótico. As origens do grupo, ideia da cantora Susan Janet Dallion e do baixista Steve Severin, remontam a um show do Roxy Music em setembro de 1975, em Londres, em que se encontraram. Severin lembra que na época "era possível ver toda semana bandas como o Can e os New York Dolls, mas como o glam rock estava murchando e Bowie e o Roxy ficando grandes demais, não havia muita coisa com que se pudesse identificar". Até que apareceram os Sex Pistols – e ao redor deles, formou-se o famoso "contingente do Bromley", um grupo de fãs que os seguia por toda a parte e incluía também Tony James e Billy Idol, que logo fundariam o Generation X. Severin e Susie – agora com o nome alterado para Siouxsie Sioux – estreariam então em 20 de setembro de 1976 e a banda tiraria seu nome de um filme b de terror inglês de 1970 estrelado por vincent Price, ‘The Cry of a Banshee’. Detalhe: os Banshees substituíram um grupo que se apresentaria no lendário Punk Festival organizado por Malcolm McLaren no 100 Club londrino e que desistiu na última hora. Susie então convenceu Severin e mais duas outras figuras que frequentavam a cena a punk local a tocar uma versão de 20 minutos de ‘The Lord’s Prayer’, o que irritou profundamente a maioria da platéia. (Ah, os outros dois ‘músicos’ da banda eram o guitarrista italiano Marco Pirroni, que depois tocaria com Adam & The Ants, e um baterista de nome John Simon Richie – que entraria para a história do rock a seguir sob o codinome Sid Vicious). Mas a formação que gravaria o primeiro single, ‘Hong Kong Garden’, e o álbum de estreia, ‘The Scream’, ambos de 1978, já seria outra, com o guitarrista John McKay e o baterista Kenny Morris – que também não durariam muito no grupo.

Apesar da boa repercussão do primeiro disco, a banda teria problemas na sequência, com as saídas de Morris e McKay. Eles ainda registrariam suas participações em ‘Join Hands’ (1979), o álbum seguinte – recebido com reservas pela crítica, basicamente por tratar-se de uma repetição do primeiro –, mas deixaram Siouxsie e Severin na mão bem no momento em que se preparavam pra primeira grande tour do grupo. Pra preencher as datas já agendadas, o manager do grupo sugeriu Budgie, que tocava com as Slits, pra bateria, e pra guitarra, o próprio Robert Smith, líder do Cure, banda então encarregada de abrir os shows dos Banshees, ofereceu seus serviços – mas teve de voltar ao Cure e seus compromissos logo depois. No seu lugar, entra então o melhor guitarrista que passou pela banda, John McGeoch, ex-Magazine (banda de Manchester que mereceu um míni-especial aqui semana passada), mas no terceiro álbum, ‘Kaleidoscope’ (1980), toca também o guitarrista dos Pistols, Steve Jones. Esse é provavelmente o disco mais variado dos Banshees, onde começam a aparecer as primeiras referências psicodélicas, e o som, mas sofisticado, inclui drum machines, sintetizadores, cítara e uma série de efeitos sonoros. O álbum também fez bonito nas paradas, chegando ao quinto lugar nos charts britânicos, e emplacou os hits ‘Happy House’ e ‘Christine’. São dessa época também os primeiros shows americanos dos caras – tocaram em Nova Iorque em novembro de 1980.

Na sequência de ‘Kaleidoscope’, vem aquele que pra muitos é o melhor disco de Siouxsie and The Banshees: ‘Juju’ (1981), mais sombrio do que o anterior, com John McGeoch definitivamente integrado (e entrosado) ao grupo, foi praticamente todo testado ao vivo antes de ser gravado: os caras tocaram sucessivas vezes ao vivo as músicas antes de registrá-las. Também fez sucesso: chegou ao nº 7 das paradas na iIlha. Por essa época, também começava a se formar o primeiro projeto paralelo de integrantes do grupo – no caso, os Creatures, do agora assumido casal Siouxsie e Budgie, com grande influência de world music, o que viraria uma marca do trabalho dos Banshees em seguida, como prova o quinto álbum, ‘A Kiss in the Dream House’ (1982). É definido pela cantora Siouxsie como um disco "sexy". O problema é que de novo a banda passariam por mudanças em sua formação: o guitarrista McGeoch, com problemas de saúde relacionados ao alcolismo, teve de se internar em Madri, dando chance para que mais uma vez Robert Smith assumir o posto. Como depois da recuperação, McGeoch resolveu não voltar à banda, o homem de frente do Cure acabou ficando, participando das gravações dos álbuns ‘Nocturne’ (1983, ao vivo) e ‘Hyaena’ (1984, o primeiro lançamento dos Banshees no Brasil), até que sua banda novamente precisasse de sua atenção em tempo integal novamente – a partir do estouro de ‘The Head On The Door’, em 1985. Mas embora a banda ainda registrasse grandes álbuns depois – como ‘Tinderbox’, em 1986, ‘Peepshow’ (1988) e ‘Superstition’ (1991), a fase realmente quente da banda, pode-se dizer, é a dos cinco primeiros discos.

1º bloco:

Hong Kong Garden



Mirage






Playground Twist






2º bloco:
Happy House
Christine
Paradise Place




Israel

3º bloco:

Spellbound
Arabian Nights
Sin in My Heart



Cascade
Melt!














Budgie, Siouxsie e Severin, o trio básico: eu era gótico antes de você ser gótico






Com McGeoch (ao fundo), um dos raros 'guitar heroes' do pós-punk: a melhor formação

Nenhum comentário:

Postar um comentário