Aí vai o playlist do programa deste sábado, 28/11, na FM CULTURA (107.7 no dial ou www.fmcultura.com.br na rede), às 9 da noite. Enjoy!
1º bloco:
JAPANDROIDS – Heart Sweats
Canadenses de Vancouver, Brian King (guitarra) e David Prowse (bateria) tornaram-se os Japandroids em 2006, lançando dois E.P.’s nos dois anos seguintes. O álbum de estreia, ‘Post-Nothing’, só veio em agosto deste ano, mas antes, a faixa ‘Young Hearts Spark Fire’ já havia feito barulho na internet, além de a dupla ter sido adotada pelo influente site Pitchfork. O som barulhento, minimal e lo-fi dos Japandroids tem rendido muitas comparações com bandas como No Age e Times New Viking.
GIRLS – God Damned
Também um duo, este americano, de San Francisco, cujos membros – que não são meninas, apesar do nome da banda – têm histórias pessoais as mais sui generis, em especial o guitarista Christopher Owens: filho de religiosos da seita ‘Children of God’, começou cantando em coros da igreja e viveu em diversas partes do mundo até tomar contato com a música pop na adolescência e se cansar da vida de crentes que sua família levava. Passou então a tocar na rua, e após juntar uma grana razoável, acabou parando em San Francisco, onde passou a trabalhar como pintor. Por intermédio de amigos músicos é que foi conhecer seu futuro parceiro de banda, JR White, filho de pais liberais e que levava a vida na gandaia à noite enquanto garantia uns trocados de cozinheiro à tarde. ‘Album’ é o disco de estreia do Girls, deste ano.
NO AGE – Ripped Knees
Também californiano, este de Los Angeles, também um duo, de guitarra (a cargo de Randy Randall) e bateria (Dean Spunt, que também é o vocalista), ex-integrantes de uma banda hardcore chamada Wives. Têm dois discos: o primeiro, ‘Weirdo Rippers’, de 2007, é uma coleção dos E.P.’s lançados em vinil pelo grupo, e ‘Nouns’, do ano passado, é de fato álbum de estreia, considerado um dos melhores do ano por diversas publicações. Além da música, a dupla também é famoso no terreno das artes visuais.
2º bloco:
SUPER FURRY ANIMALS – Smokin’
Uma das principais bandas da quentíssima cena do País de Gales dos anos 90 (de onde saíram também Gorky’s Zygotic Mynci, Manic Street Preachers, Catatonia e Stereophonics, entre outros), a banda formada em Cardiff em 1993 já esteve no Brasil em 2003, se apresentando no Tim Festival. Liderados pelo maluco beleza Gruff Rhys, mixam o britpop dos 90 (o primeiro disco lembra a sonoridade do Blur) com a psicodelia dos Beatles e Beach Boys, o art rock dos anos 1970, a energia do punk rock e até influências tropicalistas. Têm 9 discos de carreira – sendo um deles cantado todo em galês –, mas apenas dois saíram no Brasil, além da coletânea ‘21 Singles’. O mais recente é ‘Dark Days/Light Years’, deste ano, e um dos mais interessantes é a coletânea ‘Outspaced’, de 1998, só com material inédito – tão bom como qualquer dos discos de carreira do quinteto.
BETA BAND – Dry the Rain
Se o Super Furry é um dos baluartes da badalada cena de Gales, a Beta Band foi um dos mais significativos nomes da igualmente bacana cena escocesa da década passada – que tinha Arab Strap, Belle & Sebastian, The Delgados, Mogwai e o Travis. O quarteto de Edimburgo teve seu grande ano em 2001, quando abriu a turnê do Radiohead – antes, teve incluída sua ‘Dry the Rain’ na trilha de ‘Alta Fidelidade’ (o ator e produtor John Cusack é grande fã do grupo e seu mix de referências a várias vertentes da música eletrônica e ... britpop). Encerrou as atividades em 2004 após lançar três discos muito elogiados – isso sem contar a reunião de seus três primeiros E.P.’s, lançada em 1998 justamente com o nome de ‘The Three E.P.’s'.
CORNELIUS – Star Fruits Surf Rider
Outra cena importante dos anos 90 é a famosa ‘shibuya kei’ – o pop alternativo japonês, que ajudou a quebrar de vez o ranço no mercado norte-americano contra a música popular feita em outras paragens que não o eixo América-Inglaterra. Além do estourado Pizzicato Five, do bacana Buffalo Daughter e do divertido Fantastic Plastic Machine, um dos caras mais legais da cena é um cidadão chamado Keigo Oyamada, conhecido no universo pop pela alcunha de Cornelius. Seu clássico saiu no Brasil: ‘Fantasma’, de 1997. A edição da Trama, que lançou dele também dois discos de remixes, chegou ao luxo de trazer a tradução das letras para o português. Cornelius é uma espécie de Beck nipônico: o folk se mistura ao hip-hop, a psicodelia à bossa-nova, a batida drum’n’bass ao noise.
3º bloco: MAGNETIC FIELDS (’69 Love Songs’, 1999)
Completando 10 anos de lançamento, um dos projetos mais ambiciosos da década de 90: um disco triplo contendo 69 canções. O autor da proeza é Stephen Merritt, cantor, compositor, produtor e multi-instrumentista americano de Boston, líder do Magnetic Fields. O cara registra todo o material em casa, em um gravador de quatro canais, e faz isso desde a adolescência, embora o primeiro disco do MF só foi sair em 1990.
Inicialmente inspirado no pop eletrônico de Gary Numan, Eno, Roxy Music e Kraftwerk, aos poucos, Merritt foi adicionando instrumentos elétricos e acústicos, aparecendo aí suas outras influências básicas, como Beach Boys e Phil Spector. Nos dois primeiros álbuns, contava com o auxílio da cantora Susan Anway; com a saída dela, Merritt aacabou ssumindo os vocais principais. Os integrantes mais frequentes do Magnetic Fields são o cellista e flautista Sam Davol e a percussionista Claudia Gonson – que é também cantora e se vira em outros instrumentos. Não por acaso, cada um dos três volumes das ‘69 Love Songs’ exibe o rosto de um deles. (Quando saiu, em setembro de 1999, a obra poderia ser adquirida de duas formas: ou o sujeito comprava em separado cada um dos discos, com exatamente 23 canções cada, ou um box com todo o material.)
A temática das canções de Merritt gira em torno de relacionamentos amorosos, entre pessoas do mesmo sexo, geralmente com uma ponta de ironia e melancolia. Merritt, além dos MF, possui outros projetos, tais como Future Bible Heroes (a gente mostra em um dos próximos programas), Gothic Archies e The 6ths – este último gravou um disco com uma série de vocalistas convidados, como Georgia Hubley (Yo La Tengo) e Dean Wareham (Luna), entre outros. Já os Magnetic Fields têm outros sete discos além das ’69 Songs Love’ – o mais recente é ‘Distortion’, do ano passado.
I Don’t Believe in the Sun
I Don’t Wanna Get Over You
Asleep and Dreaming
No One Will Get Over You
Busby Berkley Dreams
Accoustic Guitar
Merrit e seus asseclas: o novo 'the hardest workingman in show business'
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