Well, dear friends, chegamos então ao último programa do ano neste sábado, 10 da noite na FM CULTURA (107.7 no dial ou www.fmcultura.com.br na rede). O playlist tá aí abaixo. A todos um feliz Natal, em especial aos colegas da TVE e da FM Cultura, com a esperança de que sigamos firmes e fortes pras batalhas que certamente virão em 2010. A luta continua. E a partir da semana que vem tem os álbuns, músicas e filmes do ano, na modesta opinião de CM. Enjoy!
1º bloco:
SUPER FURRY ANIMALS – White Socks/Flip Flops
Mais uma vez a banda galesa pintando por aqui, desta vez em uma faixa do álbum mais recente, ‘Dark Days/Light Years’, o nono de carreira, lançado no primeiro semestre de 2009. A velha irreverência, a salada de influências as mais diversas possíveis e o clima psicodélico, ... tá tudo lá. E o disco ainda retoma o peso dos primeiros trabalhos, em meados da década passada, além do aparente contraste de beats eletrônicos com teclados vintage e o fuzztone das guitarras.
YEAH YEAH YEAHS – Zero
Respeitado trio formado em 2000 e que apareceu na esteira do sucesso dos Strokes e da quentíssima cena novaiorquina desta década, onde despontaram também TV On The Radio e The Walkmen, entre outros. Além de alguns E.P.’s, os YYYs têm três álbuns, o mais recente, ‘It’s Blitz!’, deste ano, onde flertam mais pesado com a eletrônica. A vocalista Karen O este ano também participou do novo álbum dos Flaming Lips e compôs a trilha sonora para o novo filme de Spike Jonze, ‘Onde Vivem os Monstros’, que estreia em breve no Brasil.
MEMORY TAPES – Bycicle
É um projeto do americano de New Jersey Davye Hawk, que antes havia sido vocalista de uma bana chamada Hail Social. No MT, Davye – que já lançou material também sob as alcunhas de Memory Cassette e Weird Tapes – exercita seu amor ao pop eletrônico, juntando referências que vão dos experimentalismos de Aphex Twin ao New Order, passando pelo funk eletrônico dos anos 80 e o pop luxuoso do Saint Etienne. O curioso é que o Memory Tapes jamais se apresentou ao vivo: seus primeiros shows estão marcados para o começo do ano que vem, na Inglaterra. ‘Seek Memory’ é o elogiado álbum de estreia, deste ano.
2º bloco:
DEATH BY CHOCOLATE – The Salvador Dali Murder Mystery
Trata-se de um grupo fabricado, pelo produtor Mike Always, que foi executivo do selo inglês Cherry Red Records e dono das gravadoras Blanco Y Negro e El Records. Ele montou o DBC em 2000, quando apresentou os múlti-instrumentistas e produtores Jeremy Butler e John Austin ao guitarrista Matty Green e à cantora Angela Faye Tillett, de apenas 19 anos. O negócio dos caras é pop sessentista, que lembra Serge Gainsbourg, Burt Bacharah, Beatles, Beach Boys e no primeiro disco, homônimo, de 2000, gravaram, entre outras versões, uma de ‘If You Wan sing Out Sing Out’, de Cat Stevens, presente na trilha de ‘Ensina-me a Viver’.
APPLES IN STEREO – Strawberry Fire
Uma das mais conhecidas – e certamente a mais bem-sucedida de todas – as bandas do selo/comunidade Elephant 6, que nos anos 90 dedicou-se a reciclar a psicodelia sessentista em formato lo-fi, através de bandas como Elf Power, Olivia Tremor Control e Neutral Milk Hotel. O líder do Apples é Robert Schneider, cantor, compositor e guitarrista, um apaixonado pelo pop perfeito dos Beach Boys fase ‘Pet Sounds’. Depois de várias mudanças na formação, os Apples, fundados em 1992, ainda continuam na ativa: seu trabalho mais recente é ‘New Magnetic Wonder’, de 2007. Esta ano, saiu uma coletânea que dá uma boa geral na carreira do grupo, ‘# 1 Hits Explosion’, e dos discos de carreira um dos mais bacanas é o terceiro, ‘Her Wallpaper Reverie’, de 1999 – e o mais lisérgico de todos.
HELIUM – Super Ball
Banda americana de Boston, formada em 1992 e que já encerrou suas atividades. Fundia noise e psicodelia, melodias assobiáveis e pegada punk. Gravaram apenas três álbuns – ‘Pirate Prude’ (1994), ‘The Dirt of Luck’ (1995) e ‘The Magic City’ (1997), todos pela Matador Records – até a líder Mary Timony decidir assumir a carreira –solo (desde lá, já gravou quatro discos). Um dos momentos mais bacanas do Helium é o E.P. ‘Super Ball’, de 1995.
3º bloco: Especial THE UNDERTONES
(‘The Undertones’, 1979/‘Hypnotised’, 1980/’Positive Touch’, 1981)
A banda que – depois de Van Morrison e o Them e antes de U2 e Sinnèad O’Connor – recolocou a Irlanda no mapa. Os Undertones, formados em Derby, na Irlanda do Norte, em 1976, tiveram vida curta – encerraram as atividades em 1983 –, mas tiveram tempo de deixar três discos que fizeram a cabeça não só dos punks, mas também os curtidores de música pop verdadeira, influenciam até hoje centenas de bandas que fundem a levada rápida e suja do punk às boas melodias e ainda cativaram gente importante como o lendário DJ John Peel, que sempre disse que sua música favorita era ‘Teenage Kicks’, um dos grandes singles do grupo.
Aliás, ‘Teenage Kicks’ era o nome do E.P. lançado pelos caras em 1978, por um pequeno selo chamado Good Vibrations, cujo dono, Terry Hooley, era também proprietário de uma famosa loja de discos em Belfast. Um exemplar foi parar nas mãos de John Peel, que se apaixonou pela canção, e a partir daí, os despretensiosos proletários norte-irlandeses, quando menos esperavam, já estavam dando autógrafos na rua. Logo se seguiriam um contrato com o selo americano Sire Records e o lançamento do homônimo álbum de estreia, em abril de 1979, e uma turnê americana abrindo para o Clash. No ano seguinte, vem o segundo disco, ‘Hypnotised’, elogiado como o primeiro, e hits como ‘My Perfect Cousin’ e ‘Wednesday Week’ e as inevitáveis comparações com os Ramones.
Os Undertones só começaram a morrer quando migraram para a gigante EMI, onde lançariam seu terceiro disco, ‘Positive Touch’, em 1981, um trabalho mais uma vez aclamado, mas que causosu estranheza nos fãs mais radicais, que não gostaram dos arranjos elaborados (pra não dizer pretensiosos), que incluíam instrumentos como pianos, violões de cordas de aço, metais e até xilofone. Dois anos depois, penduravam as chuteiras. De seus ex-integrantes, os que se deram melhor foram os irmãos guitarristas John e Damian O’Neill, que fundaram o ruidoso e politizado That Petrol Emotion.
Com o passar dos anos, vira e mexe se falava na possibilidade de reunião dos Undertones, até que com a onda de revivals desta década e o sucesso do documentário ‘Teenage Kicks’, de 2001, os caras sentiram-se confiantes em voltar a tocar. Em 2003, exatamente 20 anos após anunciar o encerramento das atividades, os Undertones voltaram com ‘Get What You Need’, seguido de ‘Dig Yourself Deep’ em 2007.
Here Comes the Summer
Jimmy Jimmy
True Confessions
My Perfect Cousin
Wednesday Week
It’s Going to Happen
Julie Ocean
Teenage Kicks
A coletânea dupla acima, 'True Confessions (Singles = A's + B's)', lançada em 1999, resolve o problema, mas pra quem quiser ir atrás dos álbuns, são esses aqui:
Os Undertones nos gloriosos tempos de juventude: os Ramones britânicos recolocaram a Irlanda no mapa antes do U2
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