1º bloco:
JESSE MALIN – Queen of the Underworld
O novaiorquino Malin adquiriu alguma notoriedade nos anos 1990 como vocalista do D. Generation, que fazia um som calcado no glam rock e na cena do C.B.G.B.’s dos 70’s. Com o fim da banda, encontrou espaço pra mostrar seu lado ‘punk emotivo’ (nada a ver com emo, please) em carreira–solo, cujo debut, ‘The Fine Art of Self-Destruction’, veio sob os auspícios do ex-Whiskeytown Ryan Adams. A faixa que abre o disco é uma balada com levada folk de primeira.
(com o 'Chefão' Bruce)
ELLIOTT SMITH – Waltz #2(XO)O torturado Elliott Smith, que suicidou-se em 2003, aos 34 anos, chegou até a concorrer ao Oscar, em 1998, com a canção ‘Miss Misery’, trilha do filme ‘Gênio Indomável’, de seu amigo e fã Gus Van Sant – quem viu, não esquece a figura com visual grunge e cabelos desgrenhados do cantor, totalmente deslocado no glamour da maior festa hollyoodiana. ‘XO’, seu penúltimo álbum, é recheado de belas melodias à la Beatles e despojamento.
MARK LANEGAN – Ugly Sunday
O ex-cantor do Screaming Trees, uma das principais bandas do grunge de Seattle, não para: desde o fim da banda – e até antes -, já registrou suas canções em seis álbuns individuais e ainda participa de projetos de amigos – o mais recente é o duo The Gutter Twins, com o ex-frontman dos Afghan Whigs, Greg Dulli, mas ainda tem os discos com o Queens of the Stone Age, e as colaborações com Isobel Campbell, celista do Belle & Sebastian, e o duo eletrônico britânico Soulsavers. ‘The Winding Sheet’, o seu primeiro disco-solo, de 1990, tinha participações de Kurt Cobain e Krist Novoselic (Nirvana) e Mike Johnson (Dinosaur Jr.), entre outras feras.
2º bloco:
THE TING TINGS – That’s Not My Name
Dupla inglesa da Manchester dos Happy Mondays, Primal Scream e New Order, Katie White (guirtarra e voz) e Jules De Martino (bateria) começaram em 2006, e logo, logo chegaram ao topo das charts britânicas, justamente com este seu primeiro single, um dos vários hits do álbum de estreia, de título auto-irônico, ‘We Started Nothing’, lançado ano passado. O TTT toca no Brasil mês que vem, no Planeta Terra Festival.
YACHT – The Afterlife
Jona Betcholt é da prolífica Portland, Oregon, e era baterista de uma banda punk – pela qual largou os estudos –, no final dos anos 90, quando decidiu brincar com música eletrônica. O YACHT é seu "projeto-solo", iniciado em 2003 – ele também faz de outro grupo, The Blow, com a artista performática Khaela Maricich e já trabalhou com o riponga Devandra Banhart e os Microphones. ‘See Mystery Lights’, que sai pelo selo DFA, já traz o YACHT como um duo, com a entrada da vocalista Claire L. Evans.
THE BUG (c/ WARRIOR QUEEN) – Poison Dart
Um dos tantos trabalhos do produtor inglês Kevin Martin, que já foi do dub ao grime, do industrial ao techno, e até ao jazzcore (o projeto God, que contava com integrantes do Godflesh e do Napalm Death, entre outros terroristas). O Bug não é novo, começou em 1996, com ‘Taping the Conversation’, inspirado em ‘A Conversação’, clássico filme de espionagem de Francis Ford Coppola, mas grava apenas esporadicamente. ‘London Zoo’ saiu pelo selo Ninja Tune, da dupla Matt Black e Jonathan Moore (Coldcut) e é do ano passado.
METRONOMY – Heartbreaker
Joseph Mount , multi-instrumentista e produtor, é o cara por trás do Metronomy, que lembra Devo, Daft Punk e um monte de coisas legais do pop eletrônico dançante. Tem apenas dois álbuns, o mais recente deles, ‘Nights Out’, do ano passado. Ao vivo, além de Mount, o Metronomy inclui ainda o baixista e tecladista Gabriel Stebbing e o tecladista e saxofonista Oscar Nash. (Nota: THE TING TINGS e METRONOMY tocam no Brasil no Terra Festival, em novembro – sábado, dia 07 –, com SONIC YOUTH, IGGY & THE STOOGES, PRIMAL SCREAM, MAXÏMO PARK, entre outros).
3º bloco:
especial THE SLITS (‘Cut’, 1979)
A exemplo da Gang of Four, na semana passada, CM esta semana faz um míni-especial com outra banda inglesa cujo álbum de estreia acaba de comemorar 30 anos em setembro: ‘Cut’, das Sits, principal banda punk feminina safra late 70’s, junto com as também londrinas Raincoats e as suíças Kleenex/Liliput – e a preferida de CM.
A fundação da banda deu-se de maneira mais ou menos mítica: Ari Up, então com 14 anos, assistia a um show de Patti Smith em Londres, quando encontrou sua amiga Palmolive, que intimou-a a formarem um grupo só de meninas. A formação básica, após algumas mudanças, estabilizou-se em Ari nos vocais, Palmolive na bateria, Viv Albertine na guitarra e Tessa Pollit no baixo. Palmolive cairia fora antes da gravação de ‘Cut’ pra formar as Raincoats, sendo substituída por aquele que é o mais original baterista do pós-punk britânico, Budgie, que em breve se juntaria a Siouxsie & The Banshees.
O primeiro álbum da banda viria com forte pegada reggae, som que a primeira geração do punk britânico curtia demais – eram famosas as festas comandadas pelo DJ Don Letts (depois manager e videomaker do Clash, músico do Big Audio Dynamite e diretor do documentário ‘Punk: Attitude’) em Brixton regadas ao melhor som jamaicano. Dennis Bovell, natural de Barbados, guitarrista da banda Matumbi e produtor, pilotou as picapes, sendo um dos principais responsáveis pela sonoridade peculiar da banda – no mesmo ano, gravou outro clássico do ano, 'Y', álbum de estreia do Pop Group (uma das próximas atrações de CM). Infelizmente, porém, as Slits gravariam só mais um disco, 'Return of the Giant Slits', em 1981, sem a mesma repercussão, encerrando as atividades naquele ano.
Nesse meio-tempo, Ari – que é enteada do Sex Pistol John lydon (casado com a mãe dela, Norma Forster), viveu na Jamaica e em Nova Iorque, colaborou com o projeto New Age Steppers, de Adrian Sherwood, e, em 2006 anunciou a volta das Slits, apenas com Tessa entre as integrantes clássicas. O E.P. 'Return of the Giant Slits' tem participações de Paul Cook, baterista dos Sex Pistols – a filha de Paul é a atual tecladista das Slits –, e Marco Pirroni (o primeiro guitarrista de Siouxsie & the Banshees, famoso por Ter deixado a banda na mão na sua primeira grande turnê). As Slits andaram abrindo pro Sonic Youth e vem tocando em alguns festivais.
‘Cut’ tá saindo agora em outubro lá fora, em edição de luxo, realmente caprichada: CD duplo, remasterizado, com 30 (!) faixas-bônus e um libreto com 28 páginas.
Instant Hit
So Tough
Typical Girls
I Heard It Through the Grapevine
A trilha do programa é o clássico álbum de estreia dos FEELIES, ‘Crazy Rhythms’, lançado em 1980, que tá sendo relançado lá fora, com faixas-bônus. Os Feelies voltaram para uma série de shows, e assim como o Yo La Tengo, que tocou na semana passada, são de Hoboken, New Jersey, terra de Frank Sinatra. Papo pra semana que vem. Enjoy!
As Slits no final dos anos 1970: principal expoente feminino da 'no future generation'
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