O playlist do programa deste sábado, 20, às 22h na FM CULTURA (107.7 no dial ou www.fmcultura.com.br na rede) é este:
1º bloco:
BLACK REBEL MOTORCYCLE CLUB – Beat the Devil’s Tattoo
Pintando mais uma vez no programa, agora de disco novo (lançado semana passada lá fora), o 6º de estúdio e 7º de carreira, ‘Beat The Devil’s Tattoo’, o trio californiano de San Francisco que busca sua inspiração no som britânico da virada dos anos 1980 para os 90 (Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine, Stones Roses), vem de um álbum ao vivo e outro de experimentos eletrônicos (só lançado no site do próprio grupo). ‘Beat ...’ é justamente uma volta so mix de noise, melodia e um certo clima bluesy que fez a fama da banda do baixista Robert Levon Been e do guitarrista Peter Hayes, agora acompanhados do baterista Leah Shapiro, ex- Raveonettes e Dead Combo.
THE MORNING BENDERS – Excuses
Também californiano, não de San Francisco, mas ali do ladinho: são da universitária Berkley, palco da rebelião dos ‘sit-ins’, no primeiro verão do amor, em 1967. Mas os Morning Benders são um projeto, iniciado em 2005, do cantor e compositor Chris Chu, que, num primeiro momento, se virava sozinho no seu laptop – foi assim que registrou o primeiro E.P., ‘The Loose Change’, de 2006 –, até que entraram o baterista Julian Harmon, o baixista Tim Or e o tecladista Joe Ferrell. Após o disco de estreia, ‘Talking Through Tin Cans’ (2008), mudaram-se pro Brooklyn, lar das mais quentes bandas da América hoje – TV On The Radio, Grizzly Bear, Animal Collective, The Antlers, Dirty Projectors –, e o pop ensolarado inspirado nas melodias sessentistas dos caras ficou mais experimental. ‘Big Echo’, o segundo disco, também saiu semana passada lá fora.
SPIRITUALIZED – Death to Your Fiddle
Outro que pinta de novo por aqui, o combo psicodélico/sorumbático/esquisito com um pé no gospel e na soul music liderado pelo cantor/compositor/guitarrista/doidão de carteirinha Jason pierce, ex-Spacemen 3, teve relançado recentemente lá fora seu clássico 4º disco, ‘Ladies and Gentlemen We Are Floating In Space’ (justamente álbum/faixa que CM tocou uns programas atrás), de 1997, em edição dupla, de luxo, que chegou a merecer uma raríssima nota 10 do influente site americano pitchfork.com. O trabalho mais recente da banda inglesa, que em 2009 completou 20 anos de carreira, é ‘Songs A & E’, de 2008, gravado pouco tempo depois do malucaço Pierce quase morrer em funçãod e uma pneumonia.
2º bloco:
DANGERMOUSE & SPARKLEHORSE c/ JULIAN CASABLANCAS – Little Girl
O grande mistério de 2009: o disco reunindo os talentos de Brian Burton (conhecido no mundo pop pela alcunha de Danger Mouse, metade do Gnarls Barkley e produtor respeitado) e Mark Linkous, falecido há duas semanas e homenageado no programa passado, e seu Sparklehorse, além de uma penca de convidados bacanas (Flaming Lips, Iggy Pop, Suzanne Vega, o ex-Pixies Frank Black e até o cineasta esquisitão David Lynch). ‘Dark Night of the Soul’, que viria em uma embalagem de luxo, ornamentada inclusive por fotografias de autoria de Lynch, foi proibido de sair pela EMI por conta de supostas pendências contratuais de Danger Mouse com o selo. O curioso é que, em protesto, os caras resolveram vender pela internet a capa do disco e o livrinho de fotos acompanhado de um CD virgem com os dizeres “use-o como quiser”. Mas informações recentes dão conta de que parece que o lançamento oficial vai sair, no próximo verão americano.
MASSIVE ATTACK (vocal de HORACE ANDY) – Girl I Love You
Desde o final dos 1990’s devendo um disco que junte à tradicional densidade a criatividade transbordante dos três primeiros discos, os clássicos ‘Blue Lines’ (1991), ‘Protection’ (1994) e ‘Mezzannine’ (1998), o grupo eletrônico de Bristol, virtual fundador do trip-hop, retorna com um disco também cheio de participações especiais (Damon Albarn, Hoope Sandoval, Guy Garvey, do Elbow, Tunde Adebimpe, do TV On The Radio). ‘Heligoland’ (2010) recupera, em parte, o prestígio da dupla Robert ‘3D’ Del Naja e Grant ‘Daddy G’ Marshall, diminuído com o razoável ‘100th Window’ (2003) e a fraca trilha sonora de ‘Danny the Dog’ (2004).
U.N.K.L.E. c/ RICHARD ASHCROFT – Lonely Soul
Projeto do londrino James Lavelle, qus, inspirado tanto pelo som novaiorquino dos anos 1980 (electro, hip-hop) quanto pelo acid jazz, a house e o techno britânicos da virada dos 80’s para os 90’s, fundou um dos selos mais bacanas das últimas duas décadas (o Mo’ Wax) e também seu grupo, o UNKLE, que inicialmente tinha ainda os também DJ’s e produtores Tim Goldsworthy e Kudo – que seriam substituídos pelo “Jimi Hendrix dos toca-discos”, o californiano Josh Davies, conhecido internacionalmente pelo nome de DJ Shadow, antes da gravação do primeiro álbum, ‘Psyence Fiction’ (1998), que também conta com um monte de convidados escolhidos a dedo: Thom Yorke, Jason Newsted (então ainda no Metallica), Mike D, Badly Drawn Boy. DJ Shadow pulou fora logo depois do lançamento do disco, e o UNKLE teve várias formações depois, sempre, lógico, com Lavelle no comando. O novo disco, ‘Where Did the Night Fall’, sai em maio.
3º bloco:
‘KILLING JOKE – Killing Joke (1980)’
Patrimônio do pós-punk britânico, referência para os góticos, pro pessoal que faz som industrial, pro mix de barulheira e eletrônica do Ministry e do Nine Inch Nails, pro grunge (é conhecida a história de que Kurt Cobain roubou a introdução de ‘Eighties’ pra fazer ‘Come As You Are’) e até pra moçada do metal, a ‘Piada Mortal’ surgiu em outubro de 1978 no famoso bairro boêmio londrino, Notting Hill, e 32 anos e 13 álbuns depois, continua firme e forte (literalmente) assombrando as plateias mundo afora com seu peculiar som que mistura bateria tribal, baixo funkeado, riffs de guitarra quase heavy metal, versos pessimistas e vocais agônicos.
A formação inicial do KJ tinha o arauto do apocalipse Jaz Coleman nos vocais e teclados, o guitarrista Geordie, o baixista Youth (que mais tarde ficaria famoso como produtor e artista de música eletrônica) e um dos melhores e mais ruidosos bateristas do pós-punk inglês, Paul Ferguson. O primeiro E.P., ‘Almost Red’, foi gravado com grana emprestada pela namorada de Coleman de então, e caius nas graças do lendário DJ John Peel, da Radio One da BBC, que ofereceu uma de suas famosas ‘seções’ ao grupo. No final de 1979, assinavam com a Island Records, embora mantivessem seu próprio selo, Malicious Records. O primeiro single, ‘Wardance’, chegou às lojas em fevereiro de 1980, mas por aí já haviam se desentendido com a Island. O álbum de estreia, simplesmente intitulado ‘Killing Joke’, já saiu pela EG, e o KJ, que tocava regularmente por toda a Inglaterra, já começava a ficar famoso pelos seus shows, não apenas pela energia demonstrada, mas também pelo gosto pela provocação: chegaram, a ser proibidos de tocar em Glasgow, na Escócia, porque o banner que usavam no palco mostrava o Papa sendo saudado por nazistas. O segundo disco, ‘What’s THIS For ...!’ (1981) só aumentou o culto ao Joke. ‘Revelations’ (1982) é o último com a formação original: Youth saiu pra formar Brilliant, grupo de funk futurista, sendo substituído por Paul Raven. ‘Fire Dances’ (1983) e ‘Night Time’ (1985, lançado à época no Brasil) ainda seguram a onda, mas os dois discos seguintes já mostram uma banda cansada.
É nos 90’s que o Killing Joke vai ressurgir, primeiro com a barulheira de ‘Extremities, Dirt & Various Repressed Emotions’ (1990) e a parafernália eletrônica de ‘Pandemonium’ (1994) – este último com Youth de volta, mas sem Ferguson. Em 2003, lançaram um outro álbum homônimo, excelente, com o fã Dave Grohl nas baquetas, e pro mês que vem tás prometida a volta da formação original, no novo álbum, ‘Feast of Fools’.
Requiem
War Dance
The Wait
Complications
A Piada Mortal nos primórdios: a dança do apocalipse nuclear
Não, não é o Coringa: mr. Jaz Coleman, o mestre de cerimônias do fim do mundo
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário