Retomando as atividades, então, após breve interrupção, no ritmo lento do verão inacreditavelmente escaldante, onde o ócio se manifesta em toda a sua plenitude, vão aí, a essas alturas só pra constar, os playlists dos últimos dois programas. o deste sábado, vem em instantes.
24º Programa (06/03/2010)
1º bloco:
FOLK IMPLOSION – Hard to Find Out
Uma das várias bandas de Lou Barlow (ex-Sebadoh e hoje de volta ao Dinosaur Jr., reconciliado a J Mascis), o FK foi formado em 1993 em Boston por Lou e seu amigo Josh Davis, e foi um dos baluartes do som lo-fi da primeira metade da década de 1990, a exemplo do Sebadoh. O curioso é que jamais foi a nbanda principal de Barlow, mas a que mais sucesso fez, ainda que por um breve (brevíssimo) momento, com o hit ‘Natural One’, da trilha do polêmico filme ‘Kids’, de Larry Clark. Deixou quatro álbuns, sendo que o primeiro, ‘Take a Look Inside’ (1994), tem 14 faixas e pouco mais de 20 minutos.
SPOON – I Saw the Light
Grupo texano, uma das sensações do som indie desta década, formado em 1994 pela dupla Britt Daniel (vocalista e guitarrista) e Jim Eno (baterista), tiveram várias formações flutuantes no início, e com o álbum de estreia, ‘Telephono’, de 1996, foram muito comparados com guitar bands clássicas do cenário alternativo americano, como Pixies e Sonic Youth, além de turnês abrindo pra Pavement, Guided By Voices e Archers of Loaf. Começaram gravando pro lendário selo novaiorquino Matador, foram contratados em seguida pela Elektra e dispensados logo depois, e desde o começo da década estão na Merge, do pessoal do Superchunk. O Spoon tem seis álbuns de estúdio, entre eles os aclamados ‘Girls Can Tell’ (2001) e ‘Ga Ga Ga Ga Ga’ (o mais recente, de 2007), mais um registro ao vivo. O novo, ‘Transference’, acaba de sair lá fora.
LIARS – The Overachievers
Uma das principais bandas da atualidade, os caras são ex-estudantes de artes californianos, que mudaram-se pra Nova Iorque – onde surgiram, no começo desta década, junto com Yeah Yeah Yeahs, Strokes e TV On The Radio – e de lá pra Berlim, onde residem atualmente. As principais influências do grupo são basicamente daqueles grupos pós-punk britânicos que fundiam ruído, experimentalismos e uma levada funk – tipo o P.I.L., a Gang of Four, A Certain Ratio e o Pop Group. Têm cinco álbuns, todos elogiados, sendo que o novo, ‘Sisterhood’, acaba de sair - também só lá fora.
... AND YOU’LL KNOW US BY THE TRAIL OF DEAD – Mistakes & Regrets
Baseado em Austin, no Texas, na ativa desde 1994, já tocaram no Brasil (num festival em São Paulo), e é obra dos guitarristas, cantores, compositores e bateristas Jason Reece e Konrad Keely, amigos de longa data. O nome – ... ‘e vocês nos conhecerão pela trilha de mortos’ – faz referência a serial killers, e com a entrada de mais um guitarrista, Kevin Allen, e o baixista e responsável pelos samplers Neil Busch, tornaram-se um quarteto, que exploram sonoridades similares às do Sonic Youth (guitarras barulhentas, referências ao Velvet Underground, ao pós-punk e ao krautrock) e têm sete discos no currículo, o último deles ‘The Century of Self’, lançado a um ano. O segundo, ‘Madonna’ (1999), e o terceiro, ‘Source Tags & Codes’ (2002, este geralmente considerado o melhor do grupo), saíram no Brasil.
2º bloco:
IRON & WINE – Cinder and Smoke
É o projeto de Sam Beam, americano de Columbia, South Carolina, e um dos principais compositores do folk indie americano da última década. É mestre em artes pela Florida State University Film School, e curiosamente foi enquanto trabalhava em um filme que cunhou o nome de sua, digamos, ‘banda’: passava em frente a uma casa de comida natureba e lá dizia um cartaz: ‘Beef Iron & Wine’. Paralelamente ao trabalho no cinema, registrava suas canções num aparelho caseiro, e, certa vez, algumas dessas canções foram parar nas mãos de Jonathan Poneman, um dos donos do selo Sub Pop, de Seattle, que se encantou. Beam então lhe mandou dois CD’s pelo correio, que, compilados, redundaram no álbum de estreia, ‘The Creek Drank the Cradle’ (2002). O mais recente disco do I&W é uma coletânea de material disperso, ‘Around the Well’, lançada no ano passado, e seu melhor disco de carreira continua sendo o segundo, ‘Our Endless Numbered Days’, de 2004.
LOW – Immune
Originário de Duluth, Minessota, na ativa desde 1993 e um dos principais grupos que fazem o chamado ‘slowcore’ – aquele som melancólico e lentão, inspirado no falecido baladeiro folk Nick Drake, que faz a alegria (ou alívio, melhor dizendo) dos deprimidos. Alan Sparhawk, o guitarrista e vocalista, Mimi Parker, a baterista e vocalista, e John Nichols, o baixista (depois substituído por Zak Sally), surgiram como uma espécie de reação ao som agressivo e rápido do grunge. O trio tem 11 discos em 15 anos de careira, sendo o mais recente de 2009, ‘Drums and Guns’, também pela Sub Pop. Um dos melhores lançamentos da banda é ‘Secret Name’, de 1999.
VIC CHESNUTT – Coward
Descoberto por Michael Stipe no final dos anos 1980, James Victor Chesnutt só foi atrair a atenção de um público maior quando saiu, em 1996, o álbum beneficente ‘Sweet Relief Two’, em tributo a ele, e gravado por artistas que iam de Madonna a Hootie & The Blowfish, de Smashing Pumpkins ao R.E.M. Chesnutt, talentoso cantor e compositor folk criado na mesma Athens (Georgia) do R.E.M., era paraplégico desde os 18 anos de idade, quando sofreu um acidente de carro. Em um show em Athens, no final dos anos 1980, chamou a atenção de Michael Stipe, que produziu seus dois primeiros discos, ‘Little’ (1990) e ‘West of Rome’ (1991). A estes álbuns, seguiu-se um documentário, ‘Speed Racer’, também no ano de 1991, que ajudou a firmar sua aura cult. Seu último álbum, ‘At the Cut’, saiu ano passado, pouco depois do disco ao vivo ‘Skitter On Take-Off’. O atormentado Chesnutt morreu no último Natal, aos 45 anos de idade, depois de tomar uma overdose de relaxantes musculares que o colocaram em coma. Já havia admitido que tentara o suicídio “três ou quatro vezes’’.
3º bloco:
Especial THE RAINCOATS – ‘The Raincoats’ (1980)
Junto às conterrâneas Slits e às suíças Kleenex/Liliput, formava a santíssima trindade do punk feminino. Formadas no mítico ano de 1977 pela vocalista e guitarrista Ana da Silva e a baixista e também vocalista Gina Birch, quando colegas em um curso de arte em Londres, as Raincoats tiveram alguns rapazes nas primeiras formações até estabelecerem-se como um grupo só de garotas no final de 1978, com a entrada da ex-baterista das Slits, Palmolive, e da violinista Vicky Aspinall. E a primeira turnê turnê pela Grã-Bretanha foi justamente em conjunto com as suíças Kleenex (que depois trocariam o nome para Liliput). O primeiro single das meninas tinha ‘Fairytale in the Supermarket’ no lado A e ‘In Love’ e ‘Adventures Close to Home’ no B, todas faixas que entrariam no disco de estreia, ‘The Raincoats’, lançado no início de 1980. Pouco depois do lançamento do álbum, Palmolive deixava a banda, dando lugar a Ingrid Weiss. ‘Oddyshape’, o segundo disco, começaria a ser gravado em seguida, com participação de Robert Wyatt. O terceiro, o ao vivo ‘The Kitchen Tapes’, foi gravado em dezembro de 1982 em Nova Iorque, em um espaço dedicado às artes chamado The Kitchen (daí o nome), e lançado pela a indi ROIR no ano seguinte. ‘Moving’, que saiu em 1984, já foi lançado em um momento em que as meninas estavam mais interessadas em projetos-solo do que no grupo. Pausa para 1992.
Em turnê pela Inglaterra com o Nirvana, Kurt Cobain, em um tempinho livre entre os shows, foi até a loja do selo Rough Trade na Talbot Road em Londres, pra comprar uma cópia do primeiro disco das Raincoats, quando alguém teve a ideia de levá-lo até um antiquário nas proximidades, cujo proprietário era o primo de Ana da Silva, que estava lá a esperá-lo. Kurt fez referência apaixonada ao encontro no texto do encarte da coletânea ‘Incesticide’, do Nirvana, que saiu logo depois, o que fez a Rough Trade se animar a relançar os três discos de estúdio das Raincoats em 1993, com textos de Kurt e Kim Gordon, do Sonic Youth. Daí para a volta, foi um pulinho: convencidas a se reunirem novamente, Ana e Gina toparam tocar no Garage, em Londres, com Steve Shelley (Sonic Youth) na bateria e Anne Wood no violino. O que a princípio seria apenas um show para celebrar os relançamentos, acabou virando um retorno real à carreira: ‘Looking in the Shadows’, o quinto álbum de carreira das Raincoats, saiu em 1996, e incluía, além de Ana e Gina, a violinista Anne Wood e a baterista Heather Dunn. Pete Shelley (Buzzcocks) participou do disco.
Desde então, as Raincoats fazem participações esporádicas em eventos (como o Festival Meltdown, de 2001, organizado por Robert Wyatt, e um álbum em tributo aos alemães dos Monks) e tocam ocasionalmente. Estão escaladas para tocar no festival inglês All Tomorrow’s Parties – que este ano tem curadoria do criador dos Simpsons, Matt Groening – em maio.
Fairytale in the Supermarket
No Side to Fall In
Adventures Close to Home
Lola (The Kinks)
In Love
As Raincoats em ação: a santíssima trindade do punk feminino, junto com as Slits e o Kleenex/Liliput
25º Programa (13/03/2010)
1º bloco:
LOCAL NATIVES – Sun Hand
Banda californiana estreante, uma das sensações deste início de 2010 – junto com os novos do Vampire Weekend, dos Liars, do Beach house e do Spoon. ‘Gorilla Manor’, o debut dos caras, na verdade saiu no finalzinho do ano passado pelo selo Frenchkiss e no mês passado pela Infectious Records no resto do planeta (o que inicialmente ainda não inclui o Brasil). São um quinteto, que faz um som melódico, com referências que vão às guitar bandas clássicas americanas tipo Pavement e Built to Spill e à fase afro dos Talking Heads, de quem, aliás, gravaram ‘Warning Sign’. Toque: no site da banda (www.thelocalnatives.com), dá pra baixar o disco inteirinho, mais a demo de ‘Warning Sign’, uma versão ao vivo de ‘Airplanes’ e dois vídeos ao vivo)
LOS CAMPESINOS! – Romance is Boring
Septeto de Cardiff, País de Gales, pintando mais uma vez no programa, desta vez através de seu terceiro álbum, o recém-lançado ‘Romance is Boring’, que vem dividindo opiniões. Os cabeças do grupo são Tom, o guitarrista, e Garreth, responsável pelo glockenspiel, que compõem a maioria das canções, defendidas por todos os integrantes, que também usam o mesmo, digamos, “sobrenome”, à moda dos Ramones: são todos “Campesinos”. A banda, que existe há aproximadamente quatro anos – o primeiro show foi em maio de 2006 –, teve ascenção meteórica: três meses depois da estreia, já abriam para os americanos do Broken Social Scene e no começo de 2007 era lançado o primeiro single. Los Campesinos! Já tocaram até na América do Sul.
SPARKLEHORSE c/ PJ HARVEY – Piano Fire
Uma das melhores bandas americanas dos últimos 15 anos, que lamentavelmente encerrou suas atividades no sábado, 6, da pior maneira possível, com o suicídio de seu cantor, compositor e guitarrista Mark Linkous, que tinha 47 anos. O melancólico Mark já havia vivido um episódio dramático, nos anos 1990, que quase encerrou ainda mais precocemente sua atormentada existência: em 1996, passou 14 horas inconsciente no banheiro de um quarto de hotel por conta de uma overdose de antidepressivos prescritos por seu médico, misturados com Valium. Em função disso, ficou com as pernas de tal maneira enrijecidas que comprometeram a circulação, e, por muito pouco, não ficou paralítico. Só alguns meses e várias cirurgias depois é que foi se recuperar – com sequelas –, experiência que serviu de inspiração para o segundo álbum da banda, ‘Good Morning Spider’. O Sparklehorse, que gravou com Thom Yorke uma versão bacana de ‘Wish You Were Here’, do Pink Floyd, deixou cinco álbuns, o último deles em parceria com Danger Mouse, intitulado ‘Dark Night of the Soul’, atração do próximo programa. Mas um dos melhores discos do grupo de Linkous é ‘It’s a Wonderful Life’, de 2001.
2º bloco:
MGMT – Flash Delirium
Novo single do festejado duo novaiorquino, Ben Goldwasser e Andrew Van Wyngarden, sensação há dois anos com o álbum de estreia, ‘Oracular Spectacular’, e os hits ‘Time to Pretend’ e ‘Electric Feel’. O novo disco da dupla, sem dúvida um dos lançamentos mais aguardados do ano, tem o título de ‘Congratulations’ e sai dia 13 do mês que vem. O electro-pop psicodélico do MGMT começou lá em 2002, quando Goldwasser e Wyngarden eram estudantes de arte, seu som tinha uma pegada mais punk e a empresa chamava-se Manegement. Aos poucos, foram adicionando outras referências, como os Flaming Lips, com quem costumam ser comparados (até participaram do último disco dos Lips, ‘Embryonic’), o Bowie dos anos 1970, o pop californiano ensolarados doas 60’s, o electro-rock do LCD Sound System. O MGMT já tocou no Brasil, em outubro de 2008, fechando o Tim Festival.
THE KNIFE – Silent Shout
Outro duo eletrônico também festejado, este sueco, formado pelos irmãos Olof e Karin Dreijer – esta última lançou um dos melhores discos de 2009, sob a alcunha de ‘Fever Ray’, uma das atrações da série ‘Melhores de 2009’ de CM. The Knife foi formado em 1999 em Estocolmo, com fartíssimas referências ao synthpop dos anos 1980 e até a coisas ainda mais “vintage”. O primeiro single dos irmãos, ‘Afraid of You’, gravado no estúdio caseiro da dupla, saiu em 2000, e o álbum de estreia, homônimo, veio no ano seguinte, lançado pelo próprio selo da banda, Rabid Records. Em 2003, um evento curioso: indicados a dois Grammies – melhor grupo pop e melhor álbum pop, pelo seu segundo disco, ‘Deep Cuts’ – a dupla boicotou a cerimônia e ainda mandou duas pessoas fantasiadas de gorilas pra protestar contra “o domínio de artistas masculinos na indústria musical”. O terceiro e até agora último disco do Knife é ‘Silent Shout’, de 2006, o mais sombrio – e também considerado melhor’ – trabalho dos caras até aqui.
FOUR TET – Love Cry
Projeto do londrino Keiran Hebden, também conhecido no meio alternativo por sua participação no grupo de pós-rock Fridge. Foi justamente quando esse grupo ficou de lado, pra que os outros integrantes tocassem sua vida acadêmica, que Kieran aproveitou pra ativar de vez o Four Tet, que não utiliza apenas parafernália eletrônica, mas também a velha e boa instrumentação “orgânica”. O Four Tet tem seis álbuns, sendo que apenas o terceiro, o ótimo ‘Rounds’, de 2003, foi lançado no Brasil. O novo, ‘There Is Love In You’, saiu lá fora em janeiro.
3º bloco:
DEVO – 'Q: Are We Men? A: We Are Devo!’
Referência da ‘new wave’ e talvez por isso uma das bandas mais subestimadas de todos os tempos, pelo menos por aqui, onde o termo adquiriu um tom pejorativo, entre os ‘roqueiros’ que nutriam um infundado preconceito contra o então ‘novo rock’ surgido no final dos anos 1970/início dos 80, o grupo americano Devo, formado em Akron, Ohio em 1972 pelos colegas estudantes de arte Jerry Casale e Mark Mothersbaugh foi um dos mais divertidos grupos da história do rock. Pegando carona na estética ‘homem-máquina’ explorada pelo Kraftwerk, inventaram o conceito ‘de-evolution’, segundo o qual, em vez de evoluir, o ser humano, na verdade regride, como nota quem observar com mais cuidado a mentalidade-padrão da sociedade norte-americana. O som minimalista e o uso de sintetizadores (instrumento até ali geralmente associado ao rock progressivo) renderam também são marcas que distinguem a banda.
A primeira formação do Devo, além de Casale e Motherbaugh, tinha o amigo Bob Lewis, que ajudou a formatar o conceito ‘de-evolution’, e logo deixaria a atividade de músico pra tornar-se o manager da banda. Mas a primeira formação estável do grupo, mesmo, tinha Casale no baixo, Motherbaugh nos vocais e os irmãos deste, Bob, na guitarra, e Jim, na bateria (eletrônica). Outro Bob, este o irmão de Jerry, assumiu como guitarrista adicional, e Alan Mayers logo substituiria Jim na bateria. O nascente grupo burilaria seu som por alguns anos, e à música se somariam ideias visuais que radicalizariam ainda mais o conceito do grupo, como Mothersbaugh usando uma máscara de bebê e assumindo o personagem Booji Boy (mesmo nome do selo de gravação do grupo), pra simbolizar a regressão infantil, imagens de uma batata, reforçando a ideia de um ser sem individualidade, os músicos todos com corte de cabelo igual, forjando uma estética geek que caius nas graças dos nerds. Nas gravações, experimentavam usando, além de sintetizadores, aquecedores, torradeiras e outros improváveis ‘instrumentos’. Mas foi com a trilha do curta-metragem ‘The Truth About De-Evolution’, filme premiado no Festival do Filme de Ann Arbor de 1976, que chamaram a atenção de gente como Iggy Pop e David Bowie, que recomendaram sua contratação pela Warner.
O disco de estreia, ‘Q: Are We Men? A: We Are Devo!’, sairia em 1978 com a produção de Brian Eno, e logo se tornaria uma sensação no underground americano, mas teve gente que não entendeu a piada: a Rolling Stone, por exemplo, usou a expressão fascista pra designar o grupo, que claramente criticava a apatia e a desumanização do americano médio de então, e não a exaltava. Nos dois anos subsequentes, sairiam outros ótimos discos, ‘Duty Now For The Future’ em 1979, e ‘Freedom of Choice’ (dos clássicos hits ‘Whip It’ e ‘Girl U Want’) de 1980. Já ‘New Traditionalists’, de 1981, trazia uma banda mais séria, e o público cativo do grupo estranhou. Começava então para o Devo a fase de problemas – inclusive legais, com o ex-parceiro Bob Lewis processando o grupo por co-autoria do conceito ‘de-evolution’ – e os discos foram perdendo em qualidade e vendas. Lá pelo final dos anos 1980, Mothersbaugh já trabalhava mais em trilhas sonoras de filmes, programas de TV e comerciais do que compondo músicas para o grupo, e em 1991 ficou decidido o encerramento das atividades do Devo. Mothersbaugh, então fundou a Mutato Muzika, empresa que desenvolve trilhas e games, onde empregou seus ex-parceiros de banda.
Mas com a explosão do som indie nos anos 1990, vários músicos manifestaram-se fãs do grupo, como Kurt Cobain, Dave Grohl, o pessoal do Soundgarden e do Superchunk, e o grupo voltou então pra participar do Festival Lollapalooza de 1996. Mas o retorno não siginificou uma volta à carreira regular de lançamentos de discos e constantes turnês: logo os caras retomaram suas atividades normais com seus empregos na Mutato Muzik.
Uncontrollable Urge
(I Can’t Get No) Satisfaction (Rolling Stones)
Mongoloid
Jocko Homo
Mothersbaugh, Casale e troupe: cínicos, divertidos e muito mal compreendidos
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