sexta-feira, 17 de julho de 2009

Versinhos bacanas (23) - Heaven (TALKING HEADS)

"Everyone is trying to get to the bar
The name of the bar
The bar is called heaven

The band in heaven
They play my favourite song
Play it one more time
Play it all night long

Oh heaven
Heaven is a place
A place where nothing
Nothing ever happens

Heaven
Heaven is a place
A place where nothing
Nothing ever happens

There is a party
Everyone is there
Everyone will leave at exactly the same time

When this party's over
It will start again
It will not be any different
It will be exactly the same

Oh heaven
Heaven is a place
A place where nothing
Nothing ever happens

When this kiss is over
It will start again
It will not be any different
It will be exactly the same

It's hard to imagine
That nothing at all
Could be so exciting
Could be this much fun

Oh heaven
Heaven is a place
A place where nothing
Nothing ever happens

Heaven
Heaven is a place
A place where nothing
Nothing ever happens"

(Uma das grandes canções do claustrofóbico terceiro disco dos TALKING HEADS, ‘Fear of Music’, de 1979, produzido pelo genial Brian Eno, ‘Heaven’, parceria de David Byrne e Jerry Harrison, soa como uma balada de leve tintura country tocada por uma banda de bar, com sua levada simples e despojada, que lembra o Velvet Underground pós-saída de John Cale – assim como os vocais desanimados de Byrne lembram demais o clássico deadpan de Lou Reed. Byrne, um arguto observador do vazio da vidinha do americano médio, começa falando sobre o bar chamado Paraíso – ‘Heaven’ –, onde todo mundo quer ir, e "a banda toca minha canção preferida, e então toca de novo, e então a noite toda", pra logo em seguida concluir que "Paraíso é o lugar onde as coisas nunca acontecem, ...onde há uma festa, todo mundo está lá, e vai ri embora exatamente à mesma hora". Vindos de dois clássicos – o cru ‘77’’, dos hits ‘Uh-Oh, Love Comes to Town’ e ‘Pulled Up’ e a versão original de ‘Psycho Killer’, e ‘More Songs About Buildings and Food’, primeiro com a colaboração de Eno, que dá ênfase nos groovee e traz ‘The Big Country’ e a versão de ‘Take Me to The River’, de Al Green –, os Heads aprimoram a fórmula minimalismo/experimentalismos/esquisitices em ‘Fear of Music’, onde as influências afro que tomariam conta do som da banda e da carreira solo de Byrne a partir dos anos 80 já aparecem mais explícitas (‘I Zimbra’), onde a paranóia dá as caras em várias canções (‘Air’, ‘Drugs’, ‘Memories Can’t Wait’) e a ironia característica de Byrne satiriza tanto o cotidiano do soldado da nação que vive em guerra (‘Life During Wartime’) quanto a incomunicabilidade (‘Mind’). Na sequência, viria outra obra-prima, também com a decisiva participação de Brain Eno, ‘Remain in Light’, e a fase mais pop do grupo, de discos como ‘Speaking in Tongues’, ‘Little Creatures’ e o ao vivo ‘Stop Making Sense’ e com o quarteto formado por Byrne, Harrison e o casal Tina Weymouth e Chris Frantz acompanhado por uma super banda afro/funk. Além de um dos highlights da new wave americana, sinônimo de pop cerebral e divertido, os Talking Heads ainda têm o charme adicional de ser a banda-fetiche de Tom Yorke e seus parceiros de Radiohead – cujo nome, aliás, saiu de uma música do álbum ‘True Stories’.)

Tina, Jerry, David (à frente) e Chris: som 'cabeça' não precisa ser necessariamente aborrecido

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